Rapel reĂșne adrenalina e contato com a natureza no Morro do Cristo em Juiz de Fora
Instrutor da modalidade esportiva, Linus Pauling busca atrair mais praticantes na cidade
Para quem gosta de contato com a natureza, vistas bonitas e uma dose de adrenalina, o rapel Ă© o esporte perfeito. Baseado em descer e subir rochas ou cachoeiras com a ajuda de cordas, a modalidade pode ser praticada em Juiz de Fora. O nome de referĂȘncia desse esporte na cidade Ă© Linus Pauling, de 46 anos, instrutor hĂĄ dois anos. Ele fornece aulas aos interessados no mirante do Morro do Cristo, onde hĂĄ uma pedra destinada para aqueles que pretendem fazer o esporte pela primeira vez.
O rapel Ă© o terceiro esporte da sĂ©rie “TM Esporte Clube”, produzida pela Tribuna de Minas para mostrar diferentes modalidades que podem ser praticadas em Juiz de Fora alĂ©m dos mais tradicionais. AtĂ© o momento, o paraquedas – no qual a cidade possui um recorde sul-americano – e a esgrima, realizada no ColĂ©gio Militar, foram as prĂĄticas esportivas abordadas nas duas primeiras reportagens. Os interessados em praticar o rapel podem procurar Linus atravĂ©s do nĂșmero (32) 99176-1187.
“Sempre uma experiĂȘncia diferente”
Linus Pauling começou a praticar rapel hĂĄ trĂȘs anos, em alguns passeios pela cidade. Ele conta que começou a gostar e a ficar empolgado, jĂĄ que o esporte mistura adrenalina, contato com a natureza e belas vistas. “SĂŁo sempre lugares lindos, com o vento e pessoas que fazem a diferença. VocĂȘ sai da rotina, troca experiĂȘncias e tem mais contato com os outros, isso faz seu dia ficar diferente. NĂŁo Ă© sĂł o prazer em descer, mas tambĂ©m em ver os outros felizes, isso te dĂĄ muita emoção”.
AlĂ©m do Morro do Cristo, o atleta conta que, em Juiz de Fora, hĂĄ outros vĂĄrios lugares interessantes para a prĂĄtica. “Temos uma pedreira no Bairro Linhares, outra no Retiro, chamada ‘Pedra Preciosa’, e uma na Zona Norte. Temos tambĂ©m algumas cachoeiras, como a de HumaitĂĄ. TambĂ©m estou abrindo vias no Rancho Canabrava, onde tem o Pico da Cabeça de Formiga”, detalha. “A imagem do rapel traz uma cidade de paz, com Ăąngulos diferentes. Estamos acostumados a ver lĂĄ de baixo, com os carros correndo e fazendo barulho, engarrafamento, a pressa do dia a dia. Daqui temos um olhar diferente para a cidade. A pessoa pode fazer o rapel de manhĂŁ, com serração, ou noturno, que tambĂ©m Ă© muito bonito”.
No intuito de preservar a natureza, Linus orienta a todos os praticantes que a sustentabilidade Ă© fundamental. “Sempre conscientizamos sobre o meio ambiente. O que vocĂȘ levar para o lugar, tem a responsabilidade de trazer de volta. E nada mais que isso, sem tirar qualquer coisa da natureza”, frisa. O professor relembra que qualquer pessoa pode praticar a modalidade, desde que nĂŁo tenha problemas de coluna. “Meu menino de 9 anos estĂĄ cada vez mais nessa pegada, desenvolvendo manobras radiciais tambĂ©m, com todo o protocolo de segurança”.
Segurança: ponto-chave
Para entender mais como funciona o esporte, o tambĂ©m professor de histĂłria e jiu-jitsu buscou cursos longe de Juiz de Fora, jĂĄ que, no municĂpio, nĂŁo hĂĄ essa possibilidade. Ele se tornou instrutor de rapel hĂĄ dois anos, e, em 2023, entrou para a Confederação Brasileira, na qual se destaca como atleta nas manobras.
“O cenĂĄrio no municĂpio ainda Ă© amador. Existem muitas pessoas que saem do ExĂ©rcito e jĂĄ pensam que sĂŁo profissionais, ou que fazem de alguma forma porque aprendeu com fulano ou ciclano e jĂĄ levam outras pessoas para praticar sem ter uma formação certa atravĂ©s de estudos”, lamenta Linus. “Estamos trazendo turismo para a cidade, levando pessoas para Juiz de Fora e as daqui para outras regiĂ”es. Ofertamos aprendizagem, informação, de forma didĂĄtica e sistematizada”, afirma.
Outro ponto importante Ă© a qualidade dos materiais utilizados para a prĂĄtica, pondera o instrutor. “A ideia Ă© seguir as normas do que vocĂȘ estĂĄ comprando e sempre conferir as indicaçÔes. Existe norma de peso para cada tipo de cadeira, por exemplo, especificidades sobre fitas e freios. Tem que ser de lojas qualificadas, que vocĂȘ saiba a procedĂȘncia. AtĂ© porque, se acontece algo, nĂŁo hĂĄ espaço para pedir desculpas para as pessoas, tem que dar tudo certo”.
CompetiçÔes e benefĂcios
Mesmo que o cenĂĄrio no paĂs nĂŁo seja tĂŁo grande, existem competiçÔes ministradas pela Confederação Brasileira de Rapel. Elas acontecem de forma on-line – em que a arbitragem avalia a descida por vĂdeos – e de forma presencial. “Isso estimula e propaga o rapel nĂŁo sĂł como turismo, mas tambĂ©m como esporte, criando regras e regulamentado a prĂĄtica”, analisa Linus.
Seja para disputar competiçÔes ou como diversĂŁo, o rapel traz a Linus benefĂcios mentais e sociais. “Desacelera das suas outras profissĂ”es, faz vocĂȘ enxergar a cidade de forma diferente, fugir do estresse e ter momentos bons. O rapel entra como uma quebra de rotina, que depois entra na rotina tambĂ©m porque Ă© o momento de ter reflexĂŁo sobre o dia a dia e o meio ambiente”.
*Sob supervisĂŁo do editor Gabriel Silva