Campeão da Libertadores pelo Flu, Lelê disputou Liga de Ubá no ano passado
Jogador de 26 anos venceu torneio pelo Bonsucesso no ano passado; amigos dizem que o atacante é “reservado e humilde”
Da atuação no futebol amador a campeão da Libertadores em um ano. O atacante Leanderson da Silva, o “Lelê”, do Fluminense, conquistou a “glória eterna” no último dia 4, com oito jogos realizados na competição continental, e firmou seu nome na história do tricolor carioca. Pouco tempo antes do feito, em 2022, o atleta adicionou ao currículo outro título: o do Campeonato Regional da Liga Atlética Ubaense (LAU), na cidade de Ubá. Defendendo o Bonsucesso, ele esteve em campo em alguns jogos e balançou a rede em quatro oportunidades.
Além das atuações na Libertadores, Lelê participou de 25 jogos e marcou duas vezes no Brasileirão com a camisa tricolor até agora, a maioria deles saindo do banco de reservas. Natural do Rio de Janeiro (RJ), o jogador de 26 anos foi contratado pelo Fluminense no final de março, após um bom desempenho no Campeonato Carioca, pelo Volta Redonda: 13 gols e quatro assistências em 13 jogos.
“Simples e fácil de lidar”
De acordo com um dos presidentes do clube, Leonardo Donaire, Lelê sempre foi um jogador diferenciado. Junto a Itamar Dorigueto, o outro mandatário, eles descobriram o atacante em 2019, quando ele ainda atuava pelo Itaboraí, também do Rio. “À época, ele era um atacante de lado, não centroavante. Tentamos assinar com ele para o Bonsucesso, mas ele foi para outro time”, relembra Leonardo.
Já em 2022, Lelê topou jogar a Liga Atlética Ubaense pelo Bonsucesso enquanto curtia suas férias. Na oportunidade, o atleta disputou quatro jogos e marcou quatro gols, conforme conta um dos diretores e torcedor fanático do clube, Pedro Gama. “Ele sempre jogou bem, até nos jogos em que não marcou gol. Já acompanhávamos ele há muito tempo e sabíamos que era questão de tempo para estar em um time grande”, afirma. Para Leonardo, a surpresa foi o salto diretamente para o Fluminense, um dos principais clubes brasileiros.
Além do talento em campo, o jovem era admirado em Ubá por sua humildade, como conta Leonardo. “É um cara muito reservado. Tem dia que conversa com você o dia inteiro e dia que quer ficar quieto. Não é de muitas palavras, de ficar falando demais. Simples, receptivo e fácil de lidar, uma ótima pessoa”, define. “Muito gratificante ver o sucesso de uma pessoa que vinha aqui porque precisava do dinheiro”.
Assim como o presidente, Pedro elogia Lelê. “É um cara muito humilde, nunca nos deu problema e gosta da resenha. A gente fica muito feliz de ver ele vencendo na vida”, comemora.
O Bonsucesso
Tradicional clube de Ubá, o Bonsucesso tem o costume de contar com atletas do cenário nacional nas competições que disputa. Além de Lelê, antes de explodir, a equipe contou com o atacante Janderson, que, posteriormente, chegaria ao Botafogo. “Fico feliz de conseguir trazer esses jogadores. Já tivemos o Ibson e o Augusto Recife também. Quando tentamos trazer um jogador, a gente pensa sempre na arquibancada. Traz torcedor, atiça a curiosidade para que a gente tenha mais público e consiga receita”, explica o presidente.
Segundo Pedro, ter atletas desse nível é tradição antiga não só do Bonsucesso, mas de todos os clubes da região. “Eles vêm para abrilhantar ainda mais nosso campeonato, agregando visibilidade e entregando um bom futebol”, acredita.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva