Ciclista juiz-forano embarca para temporada em Portugal

O ciclista juiz-forano Davi Alves, de 16 anos, está de malas prontas para Portugal. O jovem, que se sagrou campeão brasileiro juvenil de ciclismo em 2023 e conquistou a liderança do ranking nacional da categoria, vai disputar a temporada deste ano no país lusitano, pela equipe do São João De Ver, de São João da Madeira, cidade localizada a 42 quilômetros de Porto e a 287 quilômetros de Lisboa. À Tribuna, o atleta explicou como foi a negociação e comentou a experiência de ficar longe da família, que seguirá no Brasil.

O convite do São João de Ver para que o ciclista competisse pela equipe nesta temporada surgiu justamente após a disputa do Campeonato Brasileiro, conforme explica Davi. “O dono da minha equipe no Brasil mora em Portugal, tem uns contatos, e postou que eu fui campeão. Depois disso, o dono da equipe de São João de Ver mandou mensagem para ele e perguntou se eu teria interesse em passar uma temporada lá (em Portugal). Depois de conversar, fechamos um acordo pra eu correr para eles em 2024”, relata o juiz-forano.

A negociação para que Davi se mudasse para Portugal foi intermediada pelo pai do ciclista, Leonardo Alves. “Eu não fiquei sabendo muito bem das mensagens, porém, foi uma negociação muito boa, me arrumaram alojamento e vou ter mais parceiros de equipe, inclusive outro brasileiro”, explica. Um dos principais fatores para que as tratativas caminhassem de maneira positiva foi a vontade do jovem ciclista. “Desde que o meu pai me falou, já fiquei emocionado, falando para ele aceitar logo, que eu quero ir”, conta Barros. 

Vida em Portugal

Durante sua estadia em Portugal, Davi espera encontrar algumas dificuldades em sua adaptação, algo considerado natural pela mudança de país. “No Brasil eu tenho minha família para me apoiar, posso focar basicamente só em treinos, não preciso me preocupar com alimentação. Lá eu já vou ter que começar a me preocupar com isso, vou fazer meu almoço, preparar meu jantar”, afirma o ciclista.

Davi acredita que, em um primeiro momento, estará um pouco abaixo em seu nível de competitividade com quem treina na Europa há mais tempo, mas entende que isso será igualado com o tempo. “Eu não sei como eles andam, mas acredito que vão ser um pouco mais fortes, mas não será coisa de outro mundo também. Vou ter uma dificuldade para acompanhar no começo, mas com treinos e dedicação vou conseguir chegar ao nível deles, não vou demorar muito (para adaptar)”, projeta.

Um dos motivos que fazem Davi acreditar estar em um nível um pouco abaixo são as diferenças geográficas entre Brasil e Portugal. “Será uma adaptação difícil, porque lá tem altitude e tem muito mais montanha que no Brasil. Além disso, as competições são de outro nível, são mais pessoas competindo também. Espero conseguir conquistas o mais breve possível, mas creio que não vou chegar ganhando”, analisa. 

Davi tem como objetivo participar de um circuito internacional de ciclismo, onde será possível se classificar para o Mundial da categoria. Além deste, outra meta do juiz-forano é seguir na Europa. “A expectativa é ficar por lá mesmo, no coração do ciclismo. E se eu não conseguir ficar em Portugal, que seja em outros países da Europa”, diz.

Saudade da família

Essa será a primeira experiência de Davi saindo da casa de seus pais e morando sozinho. Para amenizar a saudade da família, o juiz-forano acredita que a tecnologia será a principal ferramenta. “Hoje em dia, tem chamada de vídeo, porque a saudade vai bater, com certeza. Pode não bater no começo, porque vai demorar para a ficha cair. Mas, graças a Deus, a gente tem a tecnologia a nosso favor. Não vai ter o contato físico, mas o tecnológico vai estar sempre ali, todo dia, nas mensagens, chamadas. E apoio não vai faltar”, confia o ciclista.

Davi embarca para Portugal na próxima segunda-feira (22) e ficará no país até meados de julho, quando retorna ao Brasil para disputar o Campeonato Brasileiro de Ciclismo em Palmas, no Tocantins. Após competir, o juiz-forano volta para a Europa, e segue disputando as provas no Velho Continente.

*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva