Membros da comissão técnica do Villa Real também deixam o clube
Após Paulo Neves, Wesley Tanque e Guilherme Stroppa também confirmam saída; time tem conversas com Wesley Assis
O Villa Real confirmou, nesta terça-feira (15), as saídas do auxiliar técnico Wesley Tanque e do preparador físico Guilherme Stroppa, que compunham a comissão técnica do clube. Na segunda-feira (14), a Águia juiz-forana já havia anunciado que o ex-treinador Paulo Neves optou por deixar o clube. À Tribuna, os profissionais alegaram que divergências com a diretoria motivaram a saída, enquanto um jogador que também deixou o time durante a pré-temporada criticou o que classificou como “falta de estrutura”.
Além disso, a reportagem apurou que o Villa Real tem conversas avançadas com o treinador Wesley Assis, ex-Tupi, para assumir os trabalhos. No entanto, ainda existe a possibilidade de o clube não participar da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, que tem o início marcado para 28 de agosto, por falta de verba diante da saída de patrocinadores.
Desacertos e saídas
De acordo com o treinador Paulo Neves, várias divergências com o presidente do clube, Allan Taxista, e com a assessora, Fernanda Evarista, culminaram na sua decisão. “Não estava sendo cumprido o que foi combinado. O Allan brigou com todos nós. Falta pulso, ele não tem condições de gerir um clube de futebol”, critica Paulo.
Já o preparador físico Guilherme Stroppa, ex-Tombense, afirma que o trabalho na pré-temporada foi voluntário, sem o recebimento de salários. “Saímos por causa da insatisfação dele com a gente. Sempre nos dedicamos no dia a dia do trabalho, mas sofríamos cobranças indevidas, algumas em forma de exposição perante a atletas e outras pessoas. Foi havendo desgaste, ele estava descontente e criticava tudo o que fazíamos”, revela Stroppa.
Na visão do auxiliar técnico Wesley Tanque, o trio deixa o Villa pela porta da frente. “Não estava sendo cumprido o que foi combinado. Estávamos com uma ideia muito grande em relação a elenco e projetos futuros de revelar jogadores, mas essas situações não foram atendidas. Com o Paulinho saindo, já não sentimos vontade de continuar”, conta Tanque.
Conforme um atleta do clube, que preferiu não ser identificado, houve tentativa de virar o elenco contra o antigo treinador, além de falta de estrutura para o dia a dia de trabalho. “Precisamos do básico, e isso não estava tendo, principalmente em questão de alimentação. Eles também queriam envolver nós, atletas, para ficarmos contra o treinador”, relata o jogador, que participou da pré-temporada do time e também deixou o clube recentemente.
Participação no estadual em dúvida
A reportagem apurou que houve discordâncias também entre o presidente Allan Taxista e alguns patrocinadores do clube, o que coloca em xeque a participação do Villa Real na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O campeonato começa ainda este mês, em 28 de agosto.
Em contato, o presidente afirmou à Tribuna que o Villa Real fará o que for possível para participar e que, a princípio, os treinos do Villa estão mantidos, bem como o amistoso contra o Democrata FC, no domingo (20), às 15h, em Aracitaba. Com a intenção de seguir a preparação e participar do campeonato, o clube tem conversas avançadas com o treinador Wesley Assis, que comandou o Tupi em parte do Módulo II deste ano.
O presidente Allan Taxista foi questionado sobre as alegações dos membros da antiga comissão técnica da Águia. O dirigente, entretanto, afirmou que, no momento, prefere não se pronunciar sobre as saídas. O clube marcou uma entrevista coletiva para quarta-feira (16), às 14h, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.