Os pés pelas mãos
Não, Tinga!
O pensamento de que ainda vivemos na Idade da Pedra me é recorrente. Seja por um estilhaço que estoura os miolos de um trabalhador enquanto outros lutam por um país melhor ou por inexplicáveis atitudes de preconceito, a cada dia que passa, tenho a certeza de que a humanidade ainda está nas fraldas. Acho que o Tinga deve ter sentido o mesmo na última quarta-feira. O que se viu no Peru é inominável. Vivemos a cultura do ódio, onde a necessidade de se mostrar singular faz com que o repúdio à pluralidade seja permanente. O que é contraditório, já que a afirmação enquanto indivíduo só existe se inserido em um ambiente de respeito mútuo.
Não! Quem torce para o tal Real Garcilaso não precisa cometer a pior das imbecilidades contra o adversário para se afirmar. Não! Quem é fã de um clube não precisa repudiar ou violentar os apaixonados pelo rival para mostrar seu amor. Não! Quem é adepto de uma linha política não precisa menosprezar quem defende outra corrente. Não! Quem quer mudar o mundo não precisa ter rancor contra os mais acomodados. Não, Tinga! Você não precisa trocar seus títulos por respeito. Isso você já tem. Ao menos, daqueles que têm caráter e já deram um passo para além das cavernas.
Quanto aos peruanos, a desclassificação da atual edição da Libertadores é pouco.