Tupi traça estratégia para evitar leilão do Salles Oliveira

Segundo o clube, presença no Módulo II de 2024 depende do afastamento da chance de penhora do estádio


Por Vinicius Soares

10/11/2023 às 07h36

salles oliveira by felipe couri
Patrimônio do Galo Carijó é alvo de pedidos de penhora em processos movidos contra o alvinegro (Foto: Felipe Couri)

Restando menos de um mês para o leilão do estádio Salles Oliveira, marcado para o próximo dia 1º de dezembro, a diretoria do Tupi ainda confia que poderá impedir a penhora do patrimônio alvinegro. Em entrevista à Tribuna, o vice-presidente de futebol e relações públicas do clube, Bruno Teutschbein, detalhou a estratégia de defesa do Galo Carijó no processo movido pelo ex-atleta carijó Thiago Duchatsch Moreira, que coloca o estádio em disputa. Ainda conforme o dirigente, a tramitação do processo na Justiça ainda será importante para a definição sobre a participação ou não do clube no Módulo II do Campeonato Mineiro de 2024.

“Foi feito no passado um contrato de permuta com a Construtora Rezende Roriz, no qual ela não cumpriu praticamente nenhuma das cláusulas previstas neste contrato. Nele, estavam incluídos os processos trabalhistas, que é a principal questão para o clube com relação ao Salles Oliveira”, explica Teutschbein.

De acordo com o dirigente, o Tupi responde atualmente a cerca de 24 processos trabalhistas. “A Rezende Roriz chegou a pagar alguns, mas o que levou o campo a ser penhorado são justamente os processos trabalhistas que não foram honrados. Hoje, os processos recaem sobre o Tupi, mas o compromisso era da Rezende Roriz de quitar esses processos trabalhistas. É nisso que a gente tem trabalhado para poder reverter o leilão do Salles Oliveira”, revela o vice-presidente de futebol do Galo Carijó.

Bruno Teutschbein também afirma que “a Rezende Roriz já foi notificada. E eles fizeram uma contranotificação em relação ao contrato de permuta e nós estamos agindo juridicamente contra eles para poder reverter (o leilão do Salles Oliveira)”, conclui. 

A reportagem procurou a construtora parceira do Tupi, que alega ter dificuldade de cumprir com todos os compromissos por conta da alta demanda. “A Rezende Roriz afirma que vem cumprindo os acordos trabalhistas, mas que as ações aumentam ano a ano, o que dificulta o acerto delas. Além disso, o montante total das ações superou o valor acordado no contrato de permuta. A Rezende Roriz está tomando as medidas cabíveis para evitar que o Salles Oliveira seja leiloado”, diz a empresa, através de uma nota oficial encaminhada à Tribuna.

Sem acordo

O presidente do conselho deliberativo do Tupi, Eloísio Pereira de Siqueira, o Tiquinho, disse, em entrevista concedida em outubro à Tribuna, que buscaria um acordo com os atletas que entraram com ações contra o clube, e garantiu que o Salles Oliveira não será leiloado. “Afirmo que o Tupi não vai a leilão e vamos tentar negociar com o advogado que está responsável pelas dívidas dos atletas”.

Em contrapartida, Lucas Silva, advogado responsável pela ação de penhora do Salles Oliveira e representante de diversos profissionais que movem processos contra o Galo Carijó, alega que o Tupi não o procurou para tentar selar um acordo que impedisse o leilão. Além disso, Silva alega que a estratégia pensada pela diretoria alvinegra não possui fundamento jurídico. “(A atribuição da responsabilidade à construtora) não existe, juridicamente falando. A dívida é do Tupi”, garante Lucas.

Presença no Módulo II é incerta

Ainda em entrevista concedida à Tribuna em outubro, Tiquinho alegou que “o Tupi não tem dinheiro, não existe patrocínio”, e, por isso, não poderia garantir a participação do clube no Módulo II do Campeonato Mineiro de 2024. Bruno Teutschbein afirma que a montagem de um elenco para disputar o estadual no ano que vem só será prioridade após a resolução do processo de penhora do Salles Oliveira, mas frisa que a diretoria irá encontrar uma solução para que o Galo Carijó tenha condições de competir profissionalmente. 

“Após isso (o leilão), vamos montar um orçamento para poder disputar o Módulo II do Campeonato Mineiro, porque o nosso DNA é o futebol, e a gente não pode ficar sem disputar. Estamos disputando alguns torneios através do nosso time de Fut-7, que foi criado há cerca de três meses, para que a gente possa manter vivo o nome do Tupi em relação ao futebol. Mas as duas situações estão sendo trabalhadas pela diretoria. Temos trabalhado duramente aqui em reuniões constantes para que a gente possa reverter essa situação e vamos disputar, sim, o Módulo II do Campeonato Mineiro”, confia Bruno.

*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva

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