Festas juninas aquecem quase 60% do setor alimentício na Zona da Mata
Região foi a maior de Minas em proporção de empresas em que período é favorável às vendas
Pipoca, canjica, feijão amigo, pé de moleque, quentão… a lista de pratos típicos que não podem faltar em boas festas juninas ou julinas é longa. Não à toa, este período se apresenta como um dos mais importantes para o segmento da alimentação. Pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) aponta que as festas juninas impactam positivamente 59% do comércio varejista de gêneros alimentícios na Zona da Mata. Em todo o estado de Minas, este reflexo positivo deve alcançar 44,1% das empresas.
A Zona da Mata foi a região mineira com maior proporção de empresas que consideram o período favorável. “Muitos fatores influenciam essa resposta, como a proximidade desses comércios de localidades, que realizam atividades e eventos típicos do período”, explica o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Inteligência da Fecomércio-MG, Devid Lima.
Conforme o especialista, só na Zona da Mata, metade dos entrevistados acredita que as festas juninas de 2023 terão resultados melhores em comparação com o ano passado. Além disso, 25% esperam resultados piores e 16,7% acreditam que serão iguais. “O otimismo e o fim da pandemia – que permite maior circulação e não impõe restrições no comércio – foram os motivos mais citados para tal expectativa.”
De acordo com o levantamento da Fecomércio-MG, entre os empresários mineiros impactados pela data, 45,5% acreditam que o resultado das vendas do período será melhor na comparação com o ano passado. A expectativa positiva com as vendas este ano é justificada por aquecimento do comércio (27,1%), fim da pandemia (17,7%), otimismo (17,7%) e expressividade da data (9,4%).
“As festas juninas representam potencial e se revelam como uma oportunidade para o comércio alimentício aquecer as vendas que registram alta nos negócios durante todo o mês de junho, garantindo oportunidades de negócios para várias atividades econômicas”, destaca Lima.
Por outro lado, para 31,8%, a expectativa é que a performance seja igual e, para 14,2%, será pior. Para este último grupo, a piora é apontada, especialmente, pela crise econômica (31%). Os valores altos dos produtos (17,2%), a cautela do consumidor (13,8%), a mudança do Governo (13,8%) e o endividamento do consumidor (10,3%) também estão sendo contados na balança.
Para 43,6% dos empresários, o gasto médio do consumidor deve girar em torno de R$ 50,01 a R$ 100. A pesquisa também mostra que 72% das empresas impactadas pelas comemorações realizam vendas on-line. Dessas, 61,8% utilizam o WhatsApp para negociar e vender seus produtos, 16,2% estão em aplicativos de entrega, 14,7% utilizam o Instagram e 7,4% utilizam sites próprios.
Para as celebrações de festa junina, os mineiros têm procurado, principalmente, canjica (71,6%), amendoim (57,8%), pipoca (36,7%) e milho (30,3%). O levantamento da Fecomércio ouviu empresas dos segmentos de minimercados, mercearias, armazéns, padarias, laticínios, doces, balas, açougues, peixarias, hipermercados, supermercados, bebidas e hortifrutigranjeiros.
Categoria espera crescimento de 5% nas vendas para festas juninas
Para atender as demandas do período, o segmento alimentício aposta em estratégias, que vão desde a ampliação da oferta de produtos sazonais a criar uma atmosfera festiva nos estabelecimentos, de acordo com o vice-presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) de Juiz de Fora, Álvaro Pereira. “Dentro dos períodos sazonais para o nosso segmento, as festas juninas têm grande importância pelo apelo cultural traduzido nas decorações de lojas e aumento das vendas dos produtos relacionados à época de frio”, diz.
Com uma variedade de opções para que os clientes aproveitem as comidas típicas, a expectativa é de reflexo positivo nas vendas. “Algumas categorias chegam a triplicar o volume de vendas. No geral, deve haver algo em torno de 5% de aumento nas vendas se comparado a períodos normais. A sazonalidade ainda coincide com o período de inverno, quando alimentos e bebidas têm suas vendas melhoradas”, aponta.
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