Verba de R$ 40,7 milhões é liberada para Parque Tecnológico
A Controladoria Geral da União (CGU) autorizou a utilização de recurso no valor de R$ 40,7 milhões para que a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) dê continuidade ao projeto de criação do Parque Tecnológico. A autorização foi dada na última segunda-feira (20) durante reunião realizada em Belo Horizonte. Nesta terça-feira (21), o reitor Marcus David conversou com as equipes da Tribuna e da CBN/JF sobre os avanços que serão possíveis diante da liberação da verba, como a expectativa de que a nova licitação possa sair no início do segundo semestre.
O recurso autorizado pela CGU já havia sido empenhado para a realização das obras do projeto que foi embargado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2012. “Este empenho foi feito lá atrás. Ele existe e tem como objeto a construção do Parque Tecnológico, mas o beneficiário era a empresa que venceu a licitação e depois desistiu. Então, dependíamos dessa autorização para resgatar este valor e poder pagar a empresa que vencer o novo processo licitatório”, explicou o reitor.
Segundo ele, a partir de agora, o trabalho para a criação do parque será desenvolvido em três frentes. “A execução exige grandes ações. A primeira é interna, com a retomada do projeto ao Conselho Superior para que sejam feitas revisões. A segunda é manter a aproximação com o Poder Público Municipal, que irá viabilizar a infraestrutura da obra e, também, contribuir no processo de atração de empresas. Mas não conseguiríamos avançar em nenhum desses movimentos se não resolvêssemos a questão orçamentária”, avalia. “Neste sentido, vencemos um grande obstáculo, e agora iremos trabalhar em três frentes. Daremos continuidade as duas ações e vamos finalizar esta questão orçamentária com o envio da documentação pedida pela CGU para a liberação do recurso, o que deve acontecer em, no máximo, uma semana.”
Projeto antigo passará por reestruturação
Mesmo com a liberação do recurso, o projeto passará por uma reestruturação para caber no orçamento. Inicialmente, o estudo para a implantação do empreendimento era estimado em R$ 75 milhões e previa a criação de infraestrutura e a construção das primeiras edificações. “Este foi um dos problemas apontados pelo TCU, que entendeu que um edital para a realização destas duas etapas tornava a licitação menos competitiva”, explica Marcus David. Após a realização dos ajustes solicitados pelo Tribunal, o projeto se direcionou exclusivamente para a infraestrutura do Parque Tecnológico e foi estimado em R$ 57 milhões, valor ainda acima do recurso empenhado.
Desta forma, o projeto será submetido à revisão do Conselho Superior da UFJF. “Pensamos que a execução das obras pode ser feita de forma modular, é a solução mais racional para o momento. Manteríamos o projeto, mas ele se tornaria sustentável. Em vez de executarmos tudo de uma vez, faríamos em módulos. Mas é uma decisão que será tomada pelo Conselho, e que não acredito que vá demorar muito tempo. Por isso, nossa expectativa é de que a nova licitação saia no início do segundo semestre.”
Aposta em âncoras e empresas incubadas
As conversas para a atração de empresas de base tecnológica que possam se instalar no local continuam acontecendo. “Há negociações embrionárias e outras mais avançadas. A lógica é atrair dois tipos de empresa, o primeiro se refere àquelas que estão incubadas e podem passar por processo de aceleração, e o outro se refere às grandes empresas que seriam âncoras”, diz. “Nós já estamos trabalhando muito no primeiro eixo, para isso, fizemos uma reestruturação do Centro Regional de Transferência e Tecnologia (Critt). Lançamos edital para incubação de empresas, o que há muito tempo não era feito, e estamos trabalhando com o conceito mais moderno de aceleração.”
Já a prospecção de grandes empresas de base tecnológica que estão no mercado tem sido feita em conjunto com a Prefeitura. “Tem sido um trabalho intenso da Diretoria de Inovação da UFJF com o Poder Público. Um dos trabalhos neste sentido foi a criação do Grupo de Trabalho, Desenvolvimento e Inovação na Mata Mineira (GDI – Mata), que já tem aproximado o meio acadêmico dos setores empresariais.” Novas vocações para o Parque Tecnológico também têm sido estudadas. Até então, o projeto incluía a instalação de empresas nas áreas de metal mecânica, fármacos, lácteos e tecnologia da informação. “Estamos verificando a possibilidade de incluir áreas de bioenergia e resíduos.”