Semana do Dia das Crianças movimenta as ruas e alavanca vendas em Juiz de Fora
Previsão é de 7% de aumento das vendas este ano ante 2024, aposta o Sindicomércio
No domingo (12), chega a vez de celebrar o Dia das Crianças, uma homenagem à vida e à alegria das pequenas e dos pequenos. Com a semana da criança, a comemoração se estende para além de um único dia, não apenas em casa: tem cabelo e mochila malucos, fantasias, brincadeiras, livros, festividades, doces e presentes. Quanto a esta última peça citada, os presentes, tradicionalmente, movimentam o comércio de Juiz de Fora, a exemplo das demais cidades brasileiras.
De acordo com pesquisa da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio), o estado tem 70,9% do comércio varejista impactado pelo Dia das Crianças, no qual a maioria dos empresários estão otimistas em relação às vendas. A data comemorativa tem forte apelo emocional e comercial, o que acende a confiança dos comerciantes: 40,2% acreditam que, neste ano, o desempenho das vendas será maior do que no ano anterior. Na contramão, uma parcela menor, de 9,3%, prevê um cenário de vendas pior.
Nesta data, os comerciantes esperam vender mais brinquedos (23,5%), seguidos por roupas (16,2%), doces (9%) e calçados (8,2%). Mais da metade (51,1%) estima que o valor médio dos presentes fique entre R$70 e R$200. Além disso, assim como em outras datas comemorativas, os consumidores tendem a fazer as compras na última hora; recorrência que faz com que 82,2% dos empresários esperem maior pico de vendas até domingo.
Para este ano, o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio), Emerson Belotti, estima aumento de 7% em vendas relacionadas à data comemorativa. Também prevê crescimento no comércio de brinquedos, vestuário infantil e produtos eletrônicos. Neste sábado (11), as lojas do comércio de rua no Centro da cidade estão autorizadas a funcionar em horário estendido, até as 16h, informa o sindicato.
Ruas movimentadas às vésperas da data
As ruas do Centro de Juiz de Fora estavam agitadas na manhã de quinta-feira (9). Cenário comum para quem passa pela região, principalmente após o “dia do pagamento”. No entanto, essa semana traz algo de diferente, pois antecede o Dia das Crianças, data comemorativa especial para todos, tanto para quem é, quanto para quem já foi e continua a ser criança.
Na Max Granatão, a gerente Mary Ellen Barbosa conta que o movimento aumentou nesta semana, após o quinto dia útil. Uma das estratégias para aumentar as vendas na data foi trabalhar com o parcelamento sem juros e descontos para pagamentos à vista. “Temos muitas novidades, que atendem a todos os clientes, desde brinquedos mais simples aos mais caros. Esse ano estão procurando mais aquela linha infantil de motos e de carrinhos elétricos. Também temos vendido bastante bicicletas e bolas. Os produtos da linha do Stitch e os jogos da Estrela são uma febre também.”
Entre os corredores cheios de caixas de brinquedos, a fisioterapeuta Mariana Cristina de Almeida Manso, 36 anos, buscava presentes para a sua filha e seu sobrinho, ambos com 3 anos. Com a ajuda do atendente, ela escolheu uma barraca rosa e uma maleta de ferramentas infantis. “A minha menina está sempre falando de fazer cabaninha, e o meu sobrinho gosta dessas coisas de ferramentas. Então vai ser uma surpresa!”.
Também no Centro, as lojas Domith Presentes estavam lotadas de clientes. O vendedor Leonardo Coutinho identificou aumento nas vendas relacionadas à data. Segundo o trabalhador, o tíquete médio varia entre R$150 a R$300. “Patinete, carrinho de boneca, bonecas e carrinhos de controle remoto são os brinquedos mais vendidos”.
Na Domith, a administradora Jorgelene Batista, 47, comprava vários brinquedos para doação, ação organizada pela Paróquia Santa Rita de Cássia, no Bairro Bonfim. “Eu e meu marido compramos brinquedinhos para doar para crianças de 4 a 6 anos. Vou levar alguns para meninos e outros para meninas. Vamos gastar uns R$50 cada nessa compra.” Com alguns brinquedos em mãos, Rosimeire Aparecida de Souza, 59, escolhia presentes para seus três netos: Diego, Vitor e Henry. Para o mais velho, ela levou um jogo de xadrez, e para o do “meio”, uma bola. Para o neto mais novo, um recém-nascido de apenas seis meses, ela vai percorrer outras lojas atrás do presente.
Livros também são uma diversão
Já na Arco-Íris, a atendente Clareana Dourado Moreira teve uma percepção diferente sobre as vendas deste ano: “Senti que as vendas diminuíram bastante, principalmente por ser a semana do Dia das Crianças. Pelo menos em relação a como já foram antes. Talvez seja uma tendência de queda, ou apenas na área de livros”. A funcionária conta que o tíquete médio da loja é de R$30, e o perfil do público varia, vai de “pessoas de zero a cem anos”, como brinca, tendo como média a primeira infância. “Os livros mais procurados são de personagens como Patrulha Canina, Bluey e Toy Story, além do Bob Goods, que está vendendo muito. Também buscam muito pelos livros de colorir, com atividades, os mais interativos, tipo aquabook, e quebra-cabeça”.
Títulos como O Diário de um Banana, As Aventuras de Mike, O Diário de uma Princesa Desastrada, Manual de detetive para crianças superespertas e O livro de carreiras para meninas extraordinárias estão entre os queridinhos das crianças, diz Clareana — mostrando que a leitura ainda é um momento de diversão para os pequenos.
