Pequenos negócios fecham 2,7 mil empregos


Por Gracielle Nocelli

05/01/2017 às 08h56- Atualizada 05/01/2017 às 09h30

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As micro e pequenas empresas (MPEs) da Zona da Mata e Vertentes fecharam 2.731 postos de trabalho entre janeiro e outubro de 2016, saldo das 92.684 admissões ante as 95.415 demissões feitas no período. Após iniciarem o ano com uma queda na empregabilidade, os pequenos negócios conseguiram retomar as contratações no segundo trimestre, mas, desde julho, o saldo de vagas voltou a ser negativo (ver quadro). Só em outubro, a região teve perda de 381 empregos com carteira assinada, o terceiro pior desempenho registrado em Minas Gerais. À frente estão Triângulo e Alto Paranaíba, com perda de 1.395 vagas, e Sul, com diminuição de 1.336, conforme levantamento realizado pelo Sebrae com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

De acordo com a analista do Sebrae, Venússia Santos, a queda na empregabilidade dos pequenos negócios tem sido observada ao longo de 2016 em todo o território mineiro. “É um reflexo da recessão econômica, que chegou em 2015 e se intensificou este ano. O saldo de empregos das MPEs mineiras foi negativo no primeiro trimestre, ficou positivo no segundo, por conta do setor da agropecuária, e voltou a cair.” Segundo ela, o período de chuvas contribuiu para que a agropecuária no estado mantivesse bons resultados temporariamente. “É uma atividade econômica sazonal. Vimos um crescimento das contratações para, logo em seguida, haver uma queda. As regiões do Sul, Triângulo e Alto Paranaíba sofreram os impactos desta oscilação.”

No caso da Zona da Mata e Vertentes, Venússia avalia a situação dos demais setores. Os dados mostram que a agropecuária também provocou impacto em alguns municípios. A construção civil também teve desaquecimento nas contratações. “As atividades de comércio e serviços, que são bem fortes nestas duas regiões, oscilaram ao longo do ano, recuperando um pouco do fôlego por conta do Natal. A indústria de transformação, que começou em queda, também conseguiu uma reversão do quadro, mas com saldos muito pequenos.”

Desafios
Segundo a analista, as MPEs mais jovens são as que mais vem sofrendo com a crise. “Em geral, as MPEs enfrentam desafios internos de gestão e dificuldades externas que envolvem o cenário econômico, como índice de desemprego, valor de taxas e impostos. Aquelas com até dois anos já nasceram no momento de recessão, com o mercado em declínio, e têm mais dificuldades para obter empréstimos com juros mais baixos, por exemplo.”

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