Bandas de música em Minas se tornam Patrimônio Cultural Imaterial

Estado reconhece tradição das bandas, mas nenhuma de Juiz de Fora aparece no cadastro


Por Mariana Souza*

28/11/2025 às 16h40

A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) aprovou, na última semana, o registro dos Saberes e Formas de Expressão das Bandas de Música de Minas Gerais como Patrimônio Cultural Imaterial do estado. Segundo a pasta estadual, atualmente Minas Gerais conta com cerca de 700 bandas em atividade.

Iniciado em 2024, o processo de reconhecimento envolveu entrevistas, registros audiovisuais, levantamento de repertórios e a elaboração de um dossiê técnico. Presentes em festas religiosas, atos cívicos e celebrações populares desde o período colonial, as bandas de música são consideradas um dos pilares da educação musical e da vida comunitária em Minas. A celebração pelo reconhecimento contou com um cortejo de bandas, que saiu do coreto da praça em direção ao Palácio da Liberdade.

Em nota, a secretária de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Bárbara Botega, destacou que o registro reforça a importância histórica e cultural desses grupos. “Ao reconhecermos as bandas como patrimônio, preservamos nossa memória, valorizamos a nossa mineiridade, reconhecemos a trajetória desses grupos e contribuímos para fortalecer a nossa economia criativa. Minas valoriza sua história, mas também projeta seu futuro por meio da cultura.”

O presidente do Iepha-MG, Paulo Roberto do Nascimento, também em nota divulgada pela Agência Minas, afirmou que o registro das bandas de música consolida um merecimento histórico, ao reconhecer um dos mais importantes e democráticos movimentos culturais genuinamente mineiros, que vai do vibrante som dos dobrados aos solenes cortejos das procissões da Semana Santa em todo o estado.

Para o diretor de Proteção e Memória do Iepha-MG, Adriano Maximiano, o registro reafirma o papel essencial das bandas na formação da sociedade mineira, uma vez que elas seriam parte da alma de Minas Gerais, atravessando gerações, unindo comunidades e mantendo viva uma tradição responsável por formar tanto músicos quanto cidadãos.

Ausência de grupos de Juiz de Fora no cadastro

Embora Juiz de Fora concentre bandas importantes e com trajetória consolidada, o Iepha-MG informou que nenhuma delas está, até o momento, incluída no cadastro estadual. A ausência acende um alerta sobre a participação do município no processo de registro.

Bandas interessadas em integrar o catálogo podem se inscrever pelo site do Iepha-MG, por meio de formulário específico. Após a inscrição, os grupos passam por análise técnica para eventual inclusão no registro.

*Estagiária sob supervisão da editora Carolina Leonel

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