Iriê Salomão inaugura exposição ‘Minhas Gerais’ no Forum da Cultura
Mostra apresenta uma série de telas que contam histórias de um estado repleto de riquezas visuais
O artista plástico Iriê Salomão sorve das belezas das terras mineiras a inspiração para apresentar ao público as obras que compõem sua nova mostra “Minhas Gerais”, presente na Galeria de Arte do Forum da Cultura da UFJF. A abertura da exposição acontece, nesta terça-feira (28), a partir das 18h30. Durante o evento, o artista vai apresentar aos visitantes detalhes sobre o processo de criação de seus trabalhos e suas inspirações. A cerimônia de abertura é gratuita e aberta ao público em geral.
São 12 obras inéditas, no desenho com caneta nanquim, criadas a partir das técnicas de pontilhismo, hachurado e tracejado, em harmonia com os mais belos toques aquarelados. Ao se aventurar pelo espaço, os visitantes terão a oportunidade de conhecer uma Minas Gerais eternizada por meio do olhar e das mãos de Iriê.
“Caminhar pelas cidades e vilas mineiras me levou para o universo do passado, das lendas e dos casos, o desenho conduz aos detalhes tão variados quantas são as Minas Gerais. Por inúmeras razões, nada racionais, fui cativado pelas Minas do ouro, que passei a estudar profundamente. Nela descobri as histórias da gente de cada uma das ruas e vilas, botecos e porões, onde encontrei uma Minas apaixonada e esquecida aos olhos dos turistas que passam correndo, fotografando para ver depois, e nesse depois talvez descobrir o que não viu”, destaca o artista por meio da assessoria.
O trabalho atual de Iriê é resultado de anos de dedicação e especialização, movidos pelo desejo de levar o desenho a espaços onde recebesse o merecido destaque, tal qual outras técnicas artísticas. Um ideal que ele tem alcançado recorridas vezes e que o levou, juntamente com sua arte, a lugares inúmeros, dentro e fora do país. “Nos trabalhos que desejo expor, me preocupo sempre em apresentar a minha paixão estremada pela minuciosidade proporcionada pela caneta nanquim. Através de suas pontas finíssimas, variando entre 0,1 a 0,8 mm, pude trabalhar o máximo de detalhes, através das técnicas do tracejado, hachura, reticulado e pontilhismo, buscando provocar no expectador uma surpresa a cada olhar pelos diversos ângulos das obras exibidas”, ressalta.
O pontilhismo, o tracejado e o hachurado são técnicas semelhantes, que envolvem o uso de diferentes padrões para criar uma imagem. Podem ser utilizadas sozinhas ou em combinação a fim de criar obras com características singulares.
São muitos os elementos que servem de matéria-prima para a obra de Iriê, como a casa torta desajeitada, a porta de madeira feita por mãos habilidosas de séculos passados, as janelas de madeira pura, as vidraças estilhaçadas pela vegetação que invadiu a residência esquecida, uma esquina comum, descoberta em meio aos galhos do ipê. Mais do que uma exposição, “Minhas Gerais” também é um ponto de fusão entre história e arte, reflexo da formação acadêmica do artista na área pela UFJF e por seu natural interesse especificamente pela história do Brasil.
“Meu trabalho é assim: um pouco de cada olhar, um muito de empenho que a arte requer e um tanto mais e mais de sonho, no desejo constante que as Minas que vejo hoje, sejam sempre as Minhas Gerais que muitos poderão ver ao longo dos tempos” finaliza ele. A exposição segue em cartaz até o dia 15 de dezembro. As visitas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h.
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