Mulher Elástica ganha as atenções em ‘Os Incríveis 2’ , filme que estreia nesta quinta
Entre os principais méritos da Pixar para conquistar as multidões, sejam elas formadas por adultos ou crianças, estão o esmero técnico em suas produções e uma história interessante, diferente, que toque esse público de forma única, em busca de uma sensação de empatia que não transforme a experiência em algo esquecível quando se deixa a sala de projeção. Exemplos não faltam: “Toy Story”, “Divertida Mente”, “Up – Altas aventuras”, “Wall-E”, “Ratatouille”, “Viva – A vida é uma festa”. E isso vale até mesmo para as continuações: exceção feita à irregular franquia “Carros”, o estúdio de animação busca retornar a esses universos apenas quando encontra uma história que vale a pena, e por isso é capaz de esperar quase uma década (ou até mais) antes de produzir um novo “Toy Story” ou “Procurando Nemo”.
Este é o caso de “Os Incríveis 2”, que estreia nesta quinta-feira no Brasil. Nada menos que 14 anos separam a continuação da obra original, sucesso de crítica e público que arrecadou mais de US$ 600 milhões numa época em que os filmes de super-heróis ainda oscilavam entre altos (“Batman begins”, mas com bilheteria inferior a “Os Incríveis”) e terríveis baixos (“Mulher-Gato”, “Elektra”), sem contar que a Marvel ainda não havia iniciado seu Universo Cinematográfico, que transformou os blockbusters dos vigilantes fantasiados na mina de ouro de Hollywood.
Motivos para essa demora existem aos montes. O diretor Brad Bird nunca fechou as portas para uma sequência, mas sempre ressaltou que só retornaria ao universo caso surgisse uma história realmente interessante – em entrevistas, sempre deixou claro que não queria transformar a série em mais um caça-níqueis. Para ele, o importante é criar uma obra que as pessoas possam lembrar no futuro. Por isso, o diretor – egresso da série “Os Simpsons” e que já havia dirigido o excelente “O Gigante de Ferro” (1999) – dedicou-se a outra animação de sucesso, “Ratatouille” (2007), e também comandou um dos filmes da franquia “Missão: Impossível” (“Protocolo Fantasma”, de 2011) e “Tomorrowland” (2015).
Mas todo mundo cobrava uma continuação para “Os Incríveis”, e Brad Bird encontrou a história que gostaria de contar. Afinal, o longa de 2004 se tornou uma das melhores produções da Pixar ao mostrar a vida pacata, medíocre e frustrante dos subúrbios americanos através da ótica de uma família de super-heróis – em muito parecida com o Quarteto Fantástico – aposentados à força após a pressão popular, num enredo que lembra um dos temas centrais da clássica HQ “Watchmen” (o papel e a importância do vigilantismo em uma sociedade ao mesmo tempo dependente e crítica/invejosa), de Alan Moore, que ganharia um filme anos depois. Não à toa, foi o segundo longa da Pixar a vencer o Oscar na categria de melhor animação.
A grande heroína
E a história de “Os Incríveis 2” começa logo depois do ponto onde o filme de 2004 terminou. Apesar da ação do Sr. Incrível, Mulher Elástica e seus filhos para deter o vilão Síndrome, os super-heróis continuam proibidos de agir. Para mudar essa situação, um casal de irmãos carregados na grana decide iniciar uma campanha para tornar o vigilantismo mais uma vez legal, e querem usar um dos Incríveis como a imagem desse lobby. Um dos baratos do filme é justamente a inversão dos papéis familiares, pois a escolhida para encabeçar a campanha é a Mulher Elástica, que sai pelas ruas combatendo o crime e é a grande heroína-protagonista da trama. Resta ao Sr. Incrível o papel de dono de casa, cuidando dos filhos adolescentes Flecha e Violeta e do bebê Zezé, que aos poucos vai revelando seus (inúmeros) poderes.
Nem tudo, porém, é o que parece. As intenções dos mecenas do vigilantismo são nebulosas, e ainda há a chegada de um novo vilão, o Hipnotizador. Além dos personagens principais, “Os Incríveis 2” conta com a volta de alguns coadjuvantes do primeiro longa, entre eles o herói gelado e a impagável Edna Moda, e o surgimento de outro novo personagem, Voyd.
A espera de mais de uma década fez com que Brad Bird temesse que a continuação culimansse em um fracasso, afinal os filmes de super-heróis dominaram o mercado desde a estreia de “Homem de Ferro”. Para ele, havia a possibilidade de o público estar saturado com o volume de produções do gênero, e que “Os Incríveis 2” fosse ignorado tanto por esse excesso quanto pelo longo tempo entre o original e sua continuação.
Mas não foi o que se viu: além do sucesso entre a crítica, o longa faturou US$ 182 milhões em seu final de semana de estreia nos Estados Unidos, tomando de “Procurando Dory” o posto de maior lançamento de uma animação no país. De acordo com o Box Office Mojo, “Os Incríveis 2” somou US$ 484 milhões de bilheteria mundial até o último domingo (24) – US$ 349,7 milhões nos EUA e US$ 134,6 milhões nos mercados internacionais onde já iniciou sua carreira.
Os Incríveis 2
UCI 1 (dub): 17h, 19h40.
UCI 3 (3D/dub): 13h20, 16h, 18h40, 21h20.
UCI 4 (3D/dub): 18h30, 21h10.
UCI 5 (dub): 13h, 15h40, 18h20, 21h (sab a seg).
Cinemais Alameda 1 (dub): 14h40, 18h10, 20h30.
Cinemais Alameda 5 (3D/dub): 15h30, 18h30, 21h.
Cinemais Jardim Norte 4 (3D/dub): 15h, 18h40, 21h10.
Cinemais Jardim Norte 6 (3D/dub): 14h30, 18h15, 21h30.
Santa Cruz 1 (dub): 15h15, 18h, 20h40.
Classificação: 10 anos