Ritmos JF: a quentura do Frevo Valvulado
No primeiro episódio, o som que turbina o desfile do Parangolé Valvulado
Na junção da bateria de escola de samba com as guitarra distorcidas, o bloco Parangolé Valvulado vem arrastando multidões pelas ruas de Juiz de Fora. Mas o seu frevo-enredo foi surgindo de forma espontânea nos ensaios, sem planejamento. E com as composições próprias, o estilo musical deu a cara do bloco.
Os batimentos acelerados, com o andamento das músicas sempre “muito pra frente”, como define Ângelo Goulart, regente da Bateria Valvulada, é uma das principais marcas do frevo. Ele explica que o ritmo é muito rico, com uma levada diferenciada da caixa. Mais reconhecidos pelo público são os instrumentos de sopro e metais, principalmente nas orquestras que tocam o frevo, como o trompete e o sax.
Mas no Parangolé, a marca registrada é a presença de duas guitarras e suas válvulas, fazendo os solos e a harmonia. Para Ângelo, a presença das guitarras elétricas tem relação com a chegada do ritmo pernambucano à Bahia, quando Dodô e Osmar lançaram as bases do trio elétrico.
“É bonito quando o andamento do frevo é mais pra frente. Desde o início a gente teve a característica de acelerar o andamento das músicas”, explica o músico. Para ele, o bloco tira proveito da variedade de possibilidades dentro do próprio frevo, e da sua energia. “É como se fosse algo quente, que fica sapecando.”
Para saber mais sobre esse Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, nada substitui a experiência de se jogar no meio do povo enquanto o frevo arde. O Parangolé esse ano vem cantando, justamente, o Nordeste, em desfile no dia 16 de fevereiro.