Festa ‘Kaô Funk’ comemora aniversário de seis anos neste sábado
Para marcar a data, uma edição especial traz Makoomba, Amanda Fie, Crraudio, Ocrioulo, Ever Beatz, Submundo DJs e PZZS,

A festa “Kaô Funk” comemora seis anos de existência neste sábado (23). Para marcar a data, uma edição especial traz DJs que já participaram de outras edições, como Makoomba, Amanda Fie, Crraudio, Ocrioulo, Ever Beatz e Submundo DJs, além de PZZS, um produtor do Rio de Janeiro que participou do álbum ‘After’, da Pabllo Vittar, das 22h às 5h no local, com ingressos sendo vendidos antecipadamente e na porta. Para os organizadores da festa, a criação desse evento sempre buscou servir como um “farol de inclusão e aceitação” para quem ama funk, valorizando artistas LGBTQIAPN+ e periféricos.
A ideia da festa surgiu justamente pela demanda pessoal dos organizadores de frequentarem um ‘rolê’ como aquele que era idealizado por eles. Apesar do funk fazer parte da vivência deles já há anos, percebiam que muitas vezes se sentiam deslocados nas festas, e que a comunidade LGBTQIAPN+ precisava de um lugar em que conseguisse se sentir mais à vontade e acolhida. De acordo com Claudio Jr. Ponciano, conhecido como Crraudio, produtor e DJ da festa, esse se tornou justamente o objetivo. “É uma festa inclusiva, que tem uma possibilidade grande de conexão com a nossa comunidade”, diz.
Para ele, logo foi possível perceber que a demanda não era apenas dos organizadores. “A Kâo nasceu com a intenção de trabalhar as nossas narrativas e construções subjetivas. Isso era uma demanda reprimida, não tinham outros rolês de funk assim. A gente sempre pensou que estávamos fazendo um rolê só pra gente, mas quando vimos estávamos fazendo um rolê pra todo mundo que não se sentia acolhido nos rolês convencionais de funk. Completar seis anos me faz ver que a gente sempre precisa fazer o que está no nosso coração”, diz.
Como explica, a festa também tem como objetivo ser acessível para diferentes públicos e valorizar artistas periféricos e que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+. “Privilegiamos os artistas que trabalham com uma linguagem de funk não tão comercial, mas pautada nas vivências e nas características de cada um”, afirma. Justamente por isso, a comemoração da festa também buscou escolher nomes que expressam essas características.
O funk é a principal linguagem da festa, o que, para ele, não limita o que os DJs vão tocar – apenas serve para a criação de novas possibilidades. “A partir do funk vamos para diversas ramificações, porque o funk é um dos maiores motores musicais da atualidade. Ele consegue se agregar com muitos estilos musicais, e nós tentamos fazer uma narrativa durante a noite, tentando trazer também o funk juiz-forano”, explica.