Fotografias revelam a vida no Jequitinhonha

Exposição do fotógrafo Lori Figueiró ficará exposta até 26 de junho, no Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo (MG)


Por Tribuna

22/05/2022 às 07h00

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O Museu funciona, de terça a domingo, das 9h30 às 17h, na Rua Padre João, 744, em Cordisburgo (Foto: Divulgação)

Em Cordisburgo, na Região Central de Minas Gerais, o Museu Casa Guimarães Rosa abriga uma exposição que exalta a cultura do Vale Jequitinhonha. “Desde o chão de Jequitinhonha” é a mostra do fotógrafo Lori Figueiró, que ocupa o espaço, até o dia 26 de junho. A exposição, que tem entrada gratuita, é uma ótima pedida para aqueles que se interessam por pessoas e suas histórias e pelo Vale do Jequitinhonha, uma região mineira que tem baixos indicadores sociais, mas encanta por sua beleza natural e riqueza cultural.

Lori Figueiró é natural de Diamantina e trabalhou parte de sua vida em uma distribuidora de bebidas. A experiência lhe valeu um conhecimento peculiar a respeito do Vale do Jequitinhonha, de sua população e de sua história. O serviço como transportador de bebidas colaborou para que o artista cunhasse um sentimento que lhe permitiu perceber a cultura como um lastro importante de sua existência. Leitor voraz desde menino, Figueiró não se satisfez só com os livros, queria também poder fazer. E foi em frente. Depois de abandonar o ofício anterior e se dedicar à fotografia e à sua ONG “Memorial do Vale”, que atualmente ajuda na permanência da memória dos artistas da região, a artista sonha em construir um museu.

O Vale são as pessoas e suas histórias

O Vale do Jequitinhonha é conhecido por sua seca, por sua ancestralidade que leva a conhecimentos imemoriais. É também lembrado pela importância do rio para o desenvolvimento e sobrevivência da região, além, é claro, de seu artesanato como base de uma vivência dura, sem muitos recursos, mas de poética pura e simples. O Vale, pelas lentes de Figueiró, é muito mais que isso: são as pessoas e suas histórias. Cada imagem não é somente a fotografia do retratado, é sua própria história, que o fotógrafo conta dando nome às pessoas, aos povoados e às suas origens.

Nas imagens apresentadas, é possível destacar a atração que Figueiró pelas mulheres do Vale. Na visão dele, elas são símbolos da resistência e da preservação das tradições da região. São as responsáveis pelo sustento das famílias, enquanto os homens estão na lida da lavoura ou no trabalho da cidade grande. Elas levam o conhecimento aos mais novos e tentam, bravamente, perpetuar o fazer da arte popular local.

As fotografias que compõem a mostra são produzidas em composições finamente construídas por Lori Figueiró, onde o plano de fundo contrasta com as figuras em primeiro plano, quase sempre em uma postura ereta ou em labor. Através de cenas triviais, o fotógrafo capta, de forma exemplar, a grandeza das pessoas da região. Elas são a essência do Vale do Jequitinhonha. E a missão de vida de Lori é levá-las, desde o chão do Jequitinhonha, até os espectadores para que não se esqueçam nunca: o Jequitinhonha é vida.

 

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