Coronel Seven lança o EP “Ressurgir”
Trabalho marca a estreia fonográfica da banda, formada há dois anos com a ideia inicial de tocar apenas covers

Juiz de Fora não deixa de produzir novos artistas mesmo em tempos de pandemia. A bola da vez é o quarteto Coronel Seven, que lançou seu EP de estreia, “Ressurgir”, nas plataformas digitais. Com quatro canções, o trabalho foi gravado no Rise Together Studio, com produção de Tierez Oliveira e capa criada pela ilustradora Monique Saboia.
Com influências de bandas como Red Hot Chili Peppers, Pink Floyd, The Beatles, Charlie Brown Jr. e Arctic Monkeys, “Ressurgir” marca a passagem do grupo formado há dois anos pelo vocalista Fernando Daniel, o baixista Rodrigo Marques, o guitarrista David Andrade e o baterista James Vinícius de banda que se reuniu a fim de tocar covers para um projeto de composições autorais _ que teve recentemente a adição do tecladista Cristiano Silva.
“A princípio, montamos a banda com o intuito de tocar as coisas que mais gostávamos de escutar, mas todo mundo já havia feito outros trabalhos autorais e tinha uma parcela criativa para oferecer à banda”, conta Fernando. “Foi um processo natural, e até que demoramos a colocar o primeiro trabalho autoral em prática.”
O processo de composição das faixas terminou em setembro, com as gravações tendo início em meados de outubro e terminando no mês seguinte, em meio ao processo de criação imposto pela pandemia. “Nós não nos reuníamos para tocar, ensaiar, trocávamos as ideias musicais que tínhamos em casa pelo WhatsApp, e assim fomos aperfeiçoando antes de ir para o estúdio, e não íamos todos ao mesmo tempo, e sim dois de cada vez. Ainda mais que o guitarrista é natural de Cruzília e está passando o período de isolamento com a família. Foi desafiador, mas ficamos satisfeitos com o resultado. Foram seis sessões de gravação, mais mixagem e masterização.”
Identificação com o público
Quanto a lançar um trabalho _ ainda mais de estreia _ num momento em que a pandemia ainda corre solta por aí, o vocalista da Coronel Seven diz que essa foi uma situação discutida pelo grupo. “Poderíamos sair perdendo sem ter a divulgação com shows”, reconhece. “Mas, ao mesmo tempo, tínhamos há algum tempo o desejo de dar o start nas músicas autorais. Já havia o esboço de duas, que tocávamos nos shows, e tínhamos muita vontade de não tocar mais covers. Quisemos aproveitar o fato de que alguns de nós estavam com tempo ocioso considerável, então entramos de cabeça nesse desejo antigo da banda e alcançar o máximo possível de pessoas por meio da internet, já que não é possível presencialmente.”
A aposta, de acordo com ele, tem sido bem-sucedida. “A recepção tem sido muito bacana, com muita gente dizendo que quer ouvir as músicas ao vivo. Acredito que seja, principalmente, por uma questão que particularmente queria priorizar: que as pessoas se identificassem com as músicas e se conectassem a elas. As músicas falam sobre os processos de adaptação por que passamos e como cada um pode ter um novo recomeço. Acredito que, por isso, muita gente tem se conectado com as canções, ainda mais pelo período complicado que vivemos”, especula, confirmando que o resultado final das composições foi influenciado pelo contexto da pandemia.