Miss Brasil Gay tem Pabllo Vittar entre as atrações
Concurso nacional realizado em JF elege a vencedora dentre 27 convidadas; evento prioriza acessibilidade e inclusão
Falta pouquíssimo para que a Miss Brasil Gay 2019, eleita no maior concurso do gênero no país receba sua faixa e coroa das mãos da vencedora de 2018, a belíssima Yakira Queiroz, que disputou o título pelo Ceará. Nesta edição, as 27 candidatas batalham não apenas pela faixa e a coroa recebidas na noite do glamorosíssimo concurso, mas pelo direito de entrar para o hall fundado por Chiquinho Mota, que criou o Miss Gay em 1976. “É de uma importância imensurável um concurso como este ser criado em plena ditadura militar. Por isso mesmo, quem é eleita Miss Brasil Gay carrega não apenas a coroa e a faixa, que são passageiras e vão para a próxima vencedora, mas o título, que é vitalício. E mais do que isso, as vencedoras carregam todo esse legado, do Chiquinho e de outras misses que honraram seu papel tão bem”, diz André Pavam, diretor artístico do evento.
Neste ano, em sua 39ª edição, o evento tem causado um burburinho extra, com o show da drag queen e diva pop Pabllo Vittar, realizado antes da coroação da miss eleita. “É uma forma de dialogar com outros públicos além do que o Miss Gay tradicionalmente tem. Por isso também duas festas serão realizadas no Terrazzo, a Funhouse e a Stomp. O show da Pabllo dá ainda mais valor à marca sólida do Miss Brasil Gay, que tem potencial para se tornar mais representativa nacionalmente”, conta o organizador Michel Brucce, acrescentando que todo o concurso será transmitido ao vivo pelo link.
Esta transmissão contará com um intérprete de libras, bem como a que será exibida no telão montado no Terrazzo, buscando atender as pessoas surdas ou com qualquer deficiência auditiva. A iniciativa foi uma feliz coincidência com o fato de 2019 ser o primeiro ano com uma candidata surda disputando o título, a bela Jennifer Lizz, que representa o Maranhão na competição. “Não sabíamos disso quando pensamos em tornar o Miss Gay mais acessível, o fato de termos a Jennifer concorrendo só mostra que estamos na direção certa. E faz muito sentido que um evento que tem a bandeira da inclusão seja, de fato, inclusivo”, comenta Michel Brucce.
Assim, a acessibilidade em geral é um tema de muita relevância nesta edição. O concurso também terá audiodescrição durante todos os momentos da cerimônia, par de fones de ouvido distribuídos a pessoas cegas ou com baixa visão. Além disso, um espaço amplo e de fácil acesso será reservado ao público com dificuldades de locomoção e pessoas com deficiência de mobilidade. Qualquer pessoa com deficiência tem direito a entrada gratuita no evento (mediante apresentação de documento comprobatório), junto com seu acompanhante, mas é preciso se cadastrar pelo e-mail [email protected] ou telefone (32) 9 9958-6514. Também buscando promover a inclusão, o evento terá transporte gratuito – porém com vagas limitadas – do Centro (Parque Halfeld) até o Terrazzo, promovido pela Ansal.
Para ir à festa na faixa, basta seguir o perfil @ansaljf no Instagram, mandar uma mensagem inbox falando “Ansal, me leva” e cruzar os dedos. Quem for contemplado receberá uma confirmação de seu lugar no busão do arco-íris. Os ônibus sairão às 19h30 do Parque Halfeld e voltarão do Terrazzo às 2h45 da manhã.
Alegria, glamour e militância
Para Yakira Queiroz, miss eleita no ano passado e que repassa a coroa na noite do evento, o reinado foi de muito aprendizado. “Além de todo glamour e toda beleza, o título tem uma representatividade muito grande para a luta LGBTQ+. E foi uma experiência única de aprender sobre empatia, se colocar no lugar do outro, que começou no concurso mesmo, aprendendo sobre a cultura dos estados das outras concorrentes. Atualmente eu me dedico a projetos sociais no meu estado, e o título tem um peso na visibilidade. Foi um ano rápido, porque tudo que é bom dura pouco, mas que ficará pra sempre guardado em meu coração.”
A vencedora será eleita por 23 jurados presentes no evento, entre eles o deputado federal David Miranda, os carnavalescos Milton Cunha e Edson Pereira, o influenciador LuhSicchierolli e os estilistas Dudu Bertholini e Walério Araújo. O público também tem participação na disputa pelo título, somando 1 ponto à candidata mais votada pelo júri oficial. O voto popular foi feito on-line, e o resultado será revelado durante o evento.
A noite terá como mestre de cerimônia a dupla Sheila Veríssimo (Miss Brasil Gay 2013) e o ícone Ikaro Kadoshi (apresentador do programa “Drag me as a queen”, do canal E!). Juntos, eles irão apresentar as candidatas, que desfilam, como de costume, em dois momentos: com trajes típicos e de gala. Abrindo a noite, Karina Karão e Suzy Brasil recebem os convidados, e a galeria da beleza fica sob o comando de Baby Mancini e Santana Loren. Até que Yakira coroe a próxima miss, a noite terá muitas atrações.
Em menção aos 50 anos de Stonewall, marco do movimento LGBTQ+, as apresentações dos intervalos, que terão nomes como Alexia Twister, Aloma Divina, a dupla Hidra e Musa Voncarter, Kaka Di Polly, Titiago, Uatila Coutinho e Yonne-Karr, fazem uma viagem ao tempo remetendo à militância da comunidade. “Será uma linha cronológica que homenageia grandes ícones do universo LGBTQ+, começando com Josephine Baker, passando por Donna Summer, Freddie Mercury, ABBA (em menção ao filme clássico “Priscilla, a rainha do deserto”) e muitos outros, até culminar na apresentação da Pabllo Vittar, um dos maiores nomes da atualidade no mundo inteiro”, destaca o diretor artístico André Pavam.
Miss Brasil Gay
Neste sábado (17), abertura às 21h , no Terrazzo (Av. Deusdedit Salgado 5050 – Salvaterra)