Eles são do rock
A noite é das guitarras. Pelo menos no Muzik, que recebe nesta quinta-feira os shows do quarteto Camarones Orquestra Guitarrística, de Natal, e do projeto juiz-forano Loco, idealizado por Bruno Santim. A jornada musical ainda conta com a presença de Marcelo Castro agitando a pista como o DJ do evento.
Surgido na capital do Rio Grande do Norte, a Camarones Orquestra Guitarrística está na atividade desde 2007 e tem como razão de ser o rock instrumental temperado com ritmos como o reggae e seus subgêneros, entre eles o ska e o dub. Formado por Ana Morena (baixo), Anderson Foca (guitarra, teclado e efeitos), Yves Fernandes (bateria) e Alexandre Capilé (guitarra, que passou a fazer parte da banda este ano), o combo sonoro volta à cidade onde se apresentou em 2012, também no Muzik, na companhia dos cariocas do Canastra. No repertório do show, músicas do trabalho mais recente, “Rytmus Alucynantis” e mais algumas inéditas, que devem entrar no próximo trabalho de estúdio, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2017.
Segundo Anderson Foca, a banda começou como um experimento, em que se reuniam para tocar temas de desenhos animados e filmes, até que a coisa foi ficando mais séria, e começaram a desenvolver suas próprias composições instrumentais. “Decidimos seguir com a banda nesse formato, e desde então foram cinco álbuns, mas agora vamos encerrar a turnê do trabalho mais recente. Tocamos esta semana no Rio de Janeiro, incluindo apresentações no Parque Olímpico e na ocupação do Canecão, e faremos mais dez ou 15 shows antes de iniciarmos a produção do próximo disco. O show é bem animado, a turma que gosta de rock vai gostar”, promete.
O rock instrumental não costuma ter espaço nas rádios, TVs e afins, mas a Camarones não desanimou em momento algum. Além das produções independentes, o grupo já realizou mais de 500 shows em cerca de nove anos de atividades, marca invejável para muito artista. Apenas a última turnê passou da marca das cem apresentações, que rodaram todas as regiões do país e ultrapassaram as fronteiras do país. “Passamos pelas principais capitais e fizemos 18 shows na Argentina, Chile e Uruguai. Também fomos à Europa pela terceira vez, passando por França, Suíça, Espanha, Portugal e Inglaterra”, conta Foca. “E foi ainda mais legal porque tocamos em festivais maiores, como o Primavera Sound, em Barcelona (Espanha), e o Liverpool Sound City, na Inglaterra. A receptividade cresce a cada vez que vamos para lá, passamos a ter oportunidades mais parrudas, tanto que lançamos o ‘Rytmus Alucynantis’ por um selo alemão.”
‘Loucura’ sonora
A outra atração da noite tem raízes na própria cidade. Loco é um projeto musical iniciado em 2011 por Bruno Santim, que atua no cenário musical local há cerca de 15 anos, tendo participado de bandas como Aquilantes, Panic Rock Sessions e Rajada, além produzir eventos e desenvolver videoclipes para artistas como Fungos Funk, Híbrida, Visco e Martiataka. Sua nova empreitada musical já rendeu uma demo, “Tá com medo de quê?”, que pode ser conferida no link www.projetoloco.bandcamp.com/releases. O artista também já produziu dois videoclipes para o projeto.
“Comecei a gravar ideias sonoras relacionadas ao cotidiano de trabalho e vida, e desde então venho desenvolvendo o Loco como um projeto solo, pois isso me ajudaria a viabilizar mais fácil podendo compor, gravar, viajar… Enfim, (fazendo) tudo sozinho para que pudesse convidar pessoas para participar na hora da apresentação”, explica. “E tive dois parceiros gigantes, Gê Alvarenga e Diogo Buraco, que tocaram comigo nos primeiros eventos.” Para a apresentação desta quinta-feira, Bruno contará no palco com Marcelo Castro (baixo) e João Cordeiro (bateria), que passam a integrar o antigo projeto de um homem só.
Para o show, o público vai poder conferir o som do Loco, com uma sonoridade marcada pelo rock e por aquilo que Santim define como “as atitudes que o rock faz com a pessoa”. “Nirvana no movimento grunge, Ramones no punk, Fugazi nas produções caseiras, e assim vai. Rock, para mim, não é só música, é muito mais. É o que você é e vive, não tem meio termo. O Loco vem daí. Acho que todo mundo tem uma loucura nessa vida.”
Nesse período, Bruno conta que aproveitou para criar a Epinefrina – Plataforma de Produção Musical, com sede no Diversão e Arte, que conta com estúdio para gravar bandas, vídeos, fotos e outras atividades. “Tudo para dar o melhor suporte para bandas, além de fazer eventos.”
CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA E LOCO
Nesta quinta-feira, às 21h
Muzik
(Rua Espírito Santo 1.081)