‘No reino da bicharada’ chega ao Museu de Cultura Popular
Exposição segue até 1º de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas, com entrada gratuita
A exposição “No reino da bicharada” chega ao Museu de Cultura Popular, do Forum da Cultura, com uma mostra que busca celebrar o encontro da fauna brasileira com as possibilidades de criação da arte. São mais de 40 peças criadas em diferentes materiais, que se inspiram nas matas de diferentes cantos do Brasil e trazem diversidade de cores, formas, tamanhos e características. Entre as peças, estão representações de animais como onças-pintadas, caranguejos, jacarés, bois, tartarugas, tatus, elefantes, sapos, porcos-espinhos e pavões. As visitas a essa exposição acontecem até o dia 1º de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas, com entrada gratuita.
Parte das peças vieram de Taubaté (SP), Caldas Novas (GO), Jequié (BA), Turmalina (MG), Juiz de Fora (MG), Leopoldina (MG), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), São Gabriel da Cachoeira (AM), além de países como Espanha, Japão, Portugal e Senegal. Essa diversidade também foi refletida nos materiais, já que as peças da mostra foram criadas de formas distintas, usando, por exemplo, cerâmica, conchas, látex, madeira, serragem e até sementes de manga. Entre as obras, há também aquelas que são usadas como utilitário, como é o caso da ‘Antropomorfa’, de Anísia Lima de Souza, que funciona como um objeto para armazenar líquidos.
De acordo com a organização da mostra, um dos destaques é o porco-espinho feito por Rosa Ramalho, uma artista portuguesa conhecida pelos trabalhos feitos em cerâmica que misturam o real e o fantástico. Também há os pavões do paraíso, peças vindas de Taubaté, em São Paulo, que fazem parte de uma tradição de mais de 150 anos da cidade. São várias artesãs, chamadas de ‘figureiras’, que são responsáveis por criar diferentes miniaturas coloridas modeladas em argila coletada do rio Itaim, o que tornou essa arte conhecida e popular . Na exposição, está ‘O Pavão Azul’, de Dona Maria Cândida, para representar essa manifestação.
Logo no início da mostra, três corujas entalhadas em madeira recepcionam os visitantes. Além delas, também há uma coruja em tamanho real taxidermizada. Essa técnica, que é conhecida por muitos como ‘empalhamento’, consiste em preservar a pele do animal e parte de suas outras estruturas, buscando montá-los depois de mortos de modo que fiquem fiéis à imagem que tinham enquanto vivos, tendo que ser feita por especialistas devido à dificuldade e cuidados específicos. O objetivo da sua realização é proporcionar reflexões sobre a fauna e a importância da preservação ambiental como um todo.
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A representação dos animais, na exposição, também traz reflexões sobre suas vivências, papel em diferentes culturas e as práticas predatórias que os ameaçam. No caso da obra ‘Touro Miúra’, por exemplo, é feito uma reflexão também sobre a tourada, já que o animal representado está sendo atingido nas costas por varas curtas com ponta de arpão, conhecidas como bandarilhas. Da mesma forma, também são exibidas aves presas em gaiolas, um costume popular no Brasil, mas que priva os animais de sua liberdade e os coloca em situações de risco.