Voz ao punk
Para dar voz aos movimentos que se aproximam da estética punk e alternativa da cidade, o Festival Aos Berros apresenta, mais uma vez, um fim de semana de programação de filmes e bandas de caráter não comercial. As exibições e os shows acontecem no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), a partir das 15h, neste sábado, e 17h, neste domingo. O evento também abre espaço para exposições de materiais de bandas e diretores participantes.
O festival começou em 2011, com o lançamento do documentário Aos berros – Movimento punk em Juiz de Fora, que conta a história do movimento local, por meio de depoimentos e arquivos da época. O evento, patrocinado pela Lei Murilo Mendes, foi marcado por cinema e música, sendo realizado em um único dia. Após o sucesso do lançamento, teve-se a ideia de realizar o evento anualmente.
Em 2013, a primeira sessão da mostra de filmes, hoje, apresenta três produções. Viagem real (15 min), dirigida por Eduardo Yep e Henrique Vale, traz a história de dois jovens universitários, Teo (Tarcísio Vória) e Pedro (Juliano Braz). Em uma noite, os rapazes estão em Ouro Preto, mas, no dia seguinte, acordam misteriosamente em outra cidade histórica colonial que fica a centenas de quilômetros de distância, Paraty. Os amigos tentam entender o enigma analisando os possíveis motivos do deslocamento abrupto e impossível.
Já em Calçadão – Onde tudo pode acontecer (18 min), com direção de Franco Groia, num belo dia pela manhã, por entre a multidão, lojas, galerias e camelôs que movimentam o Calçadão do Centro de Juiz de Fora, um sujeito chamado Juvenal (Thadeu Santos) encontra por acaso o velho amigo Silva (Marcelo Jardim), que há muito não vê. Ambos começam a contar as novidades sem nenhuma perspectiva concreta ou objetiva. Porém, um escândalo põe fim à conversa e desencadeia fatos inusitados.
Finalizando as exibições do dia, Rodrigo Brandão apresenta Era dos mortos (40 min). No filme, um técnico sai da manutenção em uma antena de transmissão de TV, sem conseguir encontrar o motivo pelo qual o sinal não chega até a cidade. A razão é sequencialmente esclarecida: o mundo está acabando. Em seguida, se apresentam as bandas Subefeito, Holokausto Social, Patrulha 66, O.D.C Crossover (RJ), Consciência Suburbana (BH) e Pós-Sismo (RJ).
Já no domingo, serão exibidos Zona na Mata do Krambeck (11 min), dirigido por Alessandro Drie, e Zombio 2: Chimarrão zombies (83 min), de Petter Baiestorf. No primeiro, sob a ameaça de a Mata do Krambeck se tornar um condomínio de luxo, dois amigos tentam explicar e mobilizar a população local para evitar que isso aconteça. No seguinte, zumbis, recém-falecidos raivosos, e mais uma gama de coloridos mortos-vivos gosmentos tomam conta da região rural do oeste de Santa Catarina, e vísceras rolam ao doce sabor da erva-mate Cronenberg. Mas os zumbis, neste caso, são o menor dos problemas quando a fauna humana se revela em sua plenitude sádica e egoísta.
Encerram a programação do festival as bandas Clínica Guerrilha, 100Classe, Sangue nos Olhos e Dedo Amarelo.