Ícone da MPB, Angela Ro Ro morre aos 75 anos no Rio

Cantora, dona de voz marcante e de sucessos como Amor, meu grande amor, morreu após complicações de saúde


Por Mariana Souza*

08/09/2025 às 15h52

A cantora Angela Ro Ro morreu na segunda-feira (8), aos 75 anos, após sofrer uma parada cardíaca em decorrência de um procedimento cirúrgico. Ela estava internada no Hospital Silvestre, no Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, desde julho, quando passou por uma traqueostomia por causa de uma infecção pulmonar.

A morte foi confirmada por Laninha Braga, ex-namorada que vinha cuidando da artista, e pelo produtor Paulinho Lima, amigo de longa data.

Trajetória

Nascida no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1949, Angela Maria Diniz Gonsalves recebeu, ainda na infância, o apelido “Ro Ro”, referência à sua voz rouca e marcante.

Sua carreira começou nos anos 1970, após uma temporada na Itália, onde conheceu o cineasta Glauber Rocha. Mais tarde, em Londres, trabalhou como faxineira, garçonete e lavadora de pratos, além de cantar em pubs.

Por indicação de Glauber, participou, em 1971, do álbum “Transa”, de Caetano Veloso, tocando gaita na faixa “Nostalgia” (That’s what rock’n roll is all about). De volta ao Rio, passou a se apresentar em casas noturnas e assinou contrato com a Polygram/Polydor (atual Universal Music).

Seu álbum de estreia, “Angela Ro Ro” (1979), reuniu apenas composições próprias, com sucessos como “Gota de sangue”, “Amor, meu grande amor” e “Tola foi você”.

Na década de 1980, lançou discos marcantes como “Só nos resta viver” (1980), “Escândalo!” (1981), cuja faixa-título é de Caetano Veloso, além de “A vida é mesmo assim” (1984) e “Eu desatino” (1985).

Após um período de silêncio na discografia, gravou “Ao vivo – Nosso amor ao Armagedon” (1993) e, em 2000, lançou “Acertei no milênio”, após abandonar drogas, álcool e cigarro, perder 35 quilos e adotar uma rotina de exercícios.

Dona de uma voz inconfundível e de um estilo singular que unia blues, samba-canção, bolero e rock, Angela Ro Ro se consolidou como uma das artistas mais autênticas e intensas da música popular brasileira.

*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.