Entrevista / Rhee Charles e Luqui di Falco, músicos da banda Glitter Magic


Por AMANDA FERNANDES

06/04/2012 às 06h00

Um disco de estreia de nível internacional, muito bem feito e cuidado, com músicas ótimas de uma banda que se diferencia bastante e tem personalidade, e que não faz mal nenhum à saúde. O CD todo é muito bom, merecedor de elogios, e fica difícil de destacar uma ou outra faixa, com medo de sermos injustos com o trabalho. Foi assim que o crítico musical e editor do site Whiplash, especializado em rock e heavy metal, Marcos Garcia, descreveu e concedeu nota dez ao CD Bad for health que o quinteto juiz-forano Glitter Magic lança amanhã, com show a partir das 22h, no Muzik. Quem for ao lançamento, que terá show de abertura da banda Hard Desire, ganha de quebra uma cópia do álbum.

Com seis anos de história, a banda, formada por Rhee Charles (vocais), Luqui di Falco (guitarra), Mauri Moore (guitarra), Glux (baixo) e Andy Ravel (bateria), mostra no álbum a mistura de estilos que formou o grupo. Colocando no mesmo pacote a nova onda do hard rock com elementos do gênero dos anos 80 e influências de heavy metal e pop rock, eles trazem de volta um estilo rock’n’roll puro, com adrenalina e pulso heavy metal em cada acorde, mesmo nas baladas.

O trabalho conta ainda com a participação de Diogo Dadalti nos celos, violinos e viola de Heal me, que também tem Leandro Trombini nas guitarras. Leandro ainda atua em Don’t. Athos Batista entra com teclados em Heal me e Living on addiction, que será a primeira música de trabalho do grupo.

O álbum foi inteiramente gravado no estúdio da Ematech em Juiz de Fora, com produção, engenharia de som e mixagem das baladas pelo guitarrista Mauri Moore. Toda a mixagem e masterização foi feita na Suécia por conta do baterista da banda Draconian, Jerry Torstensson. Apesar do lançamento oficial neste sábado, o álbum já está disponível para download na íntegra na internet. São apenas 21 dias on-line, e as músicas estão sendo bem difundidas. Várias pessoas do Brasil já nos procuraram para adquirir uma cópia física do CD. E no exterior temos acessos da Irlanda, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Itália e Alemanha. Isso é extremamente gratificante, pois mostra que nosso objetivo tem sido alcançado, comemora Luqui di Falco. Em entrevista à Tribuna, Luqui e o vocalista Rhee Charles falam sobre o lançamento do primeiro álbum e os planos para o futuro.

Tribuna – Como vocês receberam a crítica do Whiplash? O que ela representa para o futuro da banda?

Rhee Charles – A crítica foi uma surpresa muito agradável, afinal é sempre bom tirar uma nota dez, ainda mais quando o veículo em questão é o maior site de rock do Brasil. O jornalista conseguiu ver detalhes e estruturas em canções que nem nós mesmos tínhamos observado. A crítica representa um divisor de águas, já que nada nesse aspecto tinha ocorrido até então. Muitas pessoas do país todo agora sabem que existimos e estamos aqui para buscar nosso lugar ao sol. Agora vamos procurar fazer jus ao vivo ao que ele nos pintou no site.

– Como foi o contato com o site para a crítica?

Luqui – Foi ele que nos procurou, já que conheceu nossas músicas pela internet. A partir do momento que ele se propôs a fazer a nossa primeira resenha, ficamos muito empolgados e um pouco apreensivos, afinal queríamos estrear com uma nota ótima. Por fim ele adorou nosso trabalho e, consequentemente, gerou um grande número de acessos em nossas redes sociais.

– Já são seis anos de banda na estrada. O que mudou desde o início?

Luqui – A mudança mais marcante foi na luta diária para que a cena musical da nossa cidade pudesse se fortalecer cada vez mais. Antes, tínhamos a intenção de brincar, de tocar músicas que até então não havíamos tocado, vestidos à moda glam dos anos 80. Porém como nossas diversas influências musicais foram aflorando nas canções durante o processo de composição, as músicas conseguiram soar com influência tanto de Bon Jovi quanto de Megadeth e Pantera. Nossa atenção se voltou então para sermos uma banda respeitada e original, que não se atém a um molde, gerando assim um caráter camaleônico, sempre aliando peso à melodia.

– Vocês estão em todas as redes sociais. Como é o contato com o público pela rede?

Rhee Charles – Nós tomamos conta de todos os nossos perfis e geramos conteúdo. São os fãs que fazem uma banda ser um sucesso, por isso merecem toda a atenção que pudermos dar. Os mesmos são sempre informados dos passos da banda, como shows, pequenas aparições e também são convidados a participarem das nossas campanhas na internet.

– O show no Muzik será apenas com as músicas da banda? Alguma cover vai entrar no repertório?

Luqui – Preparamos duas horas de show. Faremos um primeiro set com as dez músicas do CD na íntegra, um segundo no qual os antigos integrantes participam de releituras, e, depois, tocaremos mais alguns covers com a formação atual. Entre eles estão Metallica, Guns N’Roses, Megadeth, Black Sabbath, Deep Purple, Bon Jovi.

– O CD traz uma mistura de estilos que vai do hard rock ao heavy metal, passando pelo pop. Como é o processo de composição de vocês?

Luqui – As músicas sempre fluíram de uma forma muito natural, e temos muita compatibilidade de gosto musical. Isso pode ser sentido em cada riff e melodia. E nosso guitarrista, que também é nosso produtor, está sempre trabalhando nos detalhes mínimos para que alcancemos uma musicalidade única.

– As letras trazem um estilo de vida rock’n’ roll. O que querem dizer com elas?

Rhee Charles – A máxima que temos é que o rock’n’roll é um estilo de música libertador, o que deixa brechas para se falar de praticamente qualquer assunto. Escolhemos as temáticas hedonistas, as relações interpessoais e amorosas. Logo, tentamos ao máximo abordar temas do cotidiano de todos. Na síntese máxima, nosso CD traz letras que dizem que não há felicidade eterna e nem tristeza que dure para sempre, o amanhã sempre será diferente.

– O CD foi masterizado na Suécia por Jerry Torstensson. Como foi o contato com ele, e o que de novo esta masterização trouxe para a banda?

Rhee Charles – Uma amiga nossa começou a conversar com o Jerry via internet, e eles acabaram se casando. Nesse meio tempo, ele morou em Juiz de Fora, e nós o conhecemos. O Jerry ajudou na produção, dando clima de anos 80 ao CD, tratando o álbum com reverberação adequada e deixando os backing vocals bem altos, como podíamos escutar naquela década. A grande diferença é que nosso som é mais pesado, com influências mais modernas. O resultado foi uma sonoridade bem diferente do que temos hoje em dia.

– Quem definiu o nome da banda? O que ele quer dizer?

Rhee Charles – O nome foi uma brincadeira do nosso primeiro baterista, Everton Moreira (Ton Ton), com a música Black magic, do Slayer, juntando ao fato de usarmos glitter nos tambores da bateria. Quando resolvemos mudar nosso direcionamento musical, o nome já estava bastante difundido, então resolvemos mantê-lo. Ao pé da letra, o nome significa faísca mágica, por isso resolvemos adotar como mascote o nosso mágico, o Greg, que aparece na capa do nosso CD. Ele é uma versão macabra do Mandrake. Na verdade, foi uma ótima maneira de brincar com toda essa história de glitter e mágica.

GLITTER MAGIC

Amanhã, às 23h

Muzik

(Rua Espírito Santo 1.081)

Abertura com Hard Desire

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