Cozinha mineira é declarada patrimônio imaterial de Minas Gerais

Registro foi feito nesta quarta-feira, Dia da Gastronomia Mineira, com o lançamento, ainda, do “Cozinha Mineira Patrimônio”


Por Cecília Itaborahy

05/07/2023 às 17h38- Atualizada 06/07/2023 às 16h50

milho cozinha mineira Rovena Rosa Agencia Brasil
Milho e mandioca foram reconhecidos como principais ingredientes mineiros pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (5), o Governo de Minas Gerais registrou a cozinha mineira como patrimônio imaterial do estado. A cerimônia, que aconteceu no Palácio da Liberdade, foi marcada para o Dia da Gastronomia Mineira. A declaração do registro foi dada após uma avaliação, feita em reunião do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), do Registro dos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – o Milho e a Mandioca. Os alimentos foram reconhecidos como os principais ingredientes mineiros.

Com essa decisão, os saberes ligados ao milho e a mandioca são o primeiro sistema culinário a serem caracterizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), dentro das pesquisas sobre a cozinha mineira. Foi escolhido esse primeiro grupo tendo em vista uma série de pesquisas sobre a cultura alimentar do estado, que começaram a ser realizadas a partir de 2019. Nesse trabalho, quase 700 moinhos de milho e casas de farinha de mandioca foram identificados e cadastrados.

O Registro dos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – o Milho e a Mandioca compreende o ato de se alimentar de maneira ampla, demarcando valores socioculturais – tudo o que se atrela aos alimentos, desde o ato do preparo ao consumo, e como isso é repassado de geração em geração.

“Cozinha Mineira Patrimônio”

Ainda na cerimônia, o governo lançou o “Cozinha Mineira Patrimônio – Temporada 2023”, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e da Secult. O programa vai promover uma série de atividades que têm como intuito fomentar, capacitar, valorizar e divulgar os sistemas culinários enquanto patrimônio cultural imaterial. Várias cidades vão receber atividades ligadas ao tema, como festivais, oficinas, capacitações e rodas de conversa.

Nesse ensejo, neste sábado (8), uma estátua em homenagem à Dona Lucinha será inaugurada no Mercado Central, em Belo Horizonte. A cozinheira, professora, escritora, pesquisadora e empresária é reconhecida por ter sido responsável por levantar o movimento de valorização dos ingredientes da cozinha mineira, com reconhecimento inclusive no exterior.

Fazem parte da programação, ainda, um Seminário Internacional de Cozinha Mineira, em novembro, em Tiradentes, voltado à capacitação da cozinha mineira contemporânea e a criação do Observatório da Cozinha Mineira, com o intuito de estabelecer uma rede de pesquisa para monitorar o desenvolvimento dessa gastronomia através de dados e indicadores.

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