Paschoal Carlos Magno: palco também da música
Sylvio Gomes e Dudu Lima, músicos locais que estrearam o novo teatro, ressaltam a importância do espaço aberto não só para as artes cênicas
Desde que se tornou uma ideia, em 1979, o Teatro Paschoal Carlos Magno foi pensado principalmente como um espaço para as artes cênicas – o que não impede que ele possa receber outras formas de manifestação artística. A música, por exemplo, também ganhou um novo lugar para os artistas locais e de fora mostrarem seus trabalhos, como ficou provado na última sexta-feira (2), dia da inauguração do teatro, que teve sua cerimônia de abertura encerrada com uma apresentação da Orquestra Sylvio Gomes, com um repertório exclusivo de compositores mineiros.
Além de ter um novo espaço para a música, Sylvio Gomes lembra que o concerto de sexta foi um momento repleto de emoções. “Estávamos inaugurando um teatro muito bonito e que era esperado há mais de 30 anos, com espaço lotado e com o público vibrando, como aconteceu com ‘Tristeza pé no chão’ (Mamão)”, lembra. “Foi uma noite muito bonita, e uma honra para nós recebermos esse convite.”
Sobre a estrutura do Paschoal Carlos Magno, não faltaram elogios. “Ele não é apenas muito bonito, como oferece excelente estrutura no geral, seja no palco, camarins, acústica, e oferece conforto não só para os artistas como para os músicos. Além do mais, é muito importante ter mais um lugar não só para artistas locais, sejam eles do teatro, da música, mas também para receber quem vem de fora”, diz Sylvio, que no ano passado fez cinco shows do projeto “Compositores mineiros” em Juiz de Fora pela Lei Murilo Mendes, e que pretende inscrever o projeto de gravação de CD no edital deste ano.
“É muito importante ter mais um lugar não só para artistas locais, sejam eles do teatro, da música, mas também para receber quem vem de fora”
Sylvio Gomes
Para a apresentação, a orquestra executou um repertório que atendesse à solicitação dos organizadores do evento, com compositores mineiros como João Bosco, Geraldo Pereira, Ary Barroso e Mamão. Como as músicas já faziam parte do repertório da orquestra, não foram precisos ensaios além dos agendados – apenas ter noção da responsabilidade que foi confiada a eles. “Mas a responsabilidade que temos é a mesma de todos os eventos que participamos, não importando o lugar, o prazer que é diferente.”
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Valorização da arte
Quem também vibrou com a inauguração do Teatro Paschoal Carlos Magno foi Dudu Lima, que apresentou seu “Concerto para contrabaixo” no foyer do espaço cultural no último domingo (4). Apesar de não tocar no palco principal – segundo ele por conta da dificuldade de preparar o espaço para um show musical e, em seguida, uma peça teatral -, a empolgação foi a mesma. “Foi uma festa. Gosto de tocar em qualquer local, qualquer lugar que abrir o espaço eu fico feliz, seja dentro ou fora. O que vale para mim é a arte, são mais de 30 anos me apresentando independentemente do palco. Um público maravilhoso como o de ontem (domingo) é que faz a diferença. Mas é claro que ficarei feliz de tocar no palco quando surgir a oportunidade”, diz o músico, que vê na construção possibilidades além do teatro e da música.
“Com esse teatro, a gente tem a valorização da arte como um todo, não importando o artista ou o gênero. Acho importante que seja administrado de uma forma que leve a arte para o maior número possível de pessoas e cumprir esse papel social. A cultura não tem classificação, patamares, ela é um todo.”