Estética sensorial
Nathália Dill e Luca Bianchi integram elenco
Desde a Retomada, em 1994, o público jovem vem ganhando mais espaço no cinema nacional. Nos últimos anos, o volume de filmes voltados para a juventude cresceu, com predomínio da abordagem sobre sexo e drogas, normalmente num discurso uníssono e pouco inovador. Em sua estreia como diretor de longas-metragens, Marcos Prado também explora a temática, mas utilizando uma estética capaz de absorver o espectador nas sensações vividas pelos personagens nas experiências sexuais e com drogas, além das emocionais.
Prado ficou conhecido em 2005, ao dirigir o documentário "Estamira", que recebeu mais de 30 prêmios em festivais de cinema pelo mundo afora. ‘Paraísos artificiais" é uma crônica de amor ambientada nos anos 2000, que narra os encontros e desencontros entre um frequentador de raves, Nando, vivido por Luca Bianchi, e uma famosa DJ, Érika, interpretada pela global Nathalia Dill.
Com narrativa não-linear, a história mostra três momentos da vida dos dois, que convivem em um mundo em que as drogas sintéticas podem ser um atalho para o prazer, ao mesmo tempo em que precisam encarar seus dramas familiares e aprender a superar erros e perdas. Rodado no Rio, no litoral de Pernambuco e em Amsterdã, na Holanda, o filme encanta pelo potencial sensorial dos recursos de imagem e som, sem que o roteiro perca a conexão com a ambientação das festas de música eletrônica. "Eu queria entender, sem fazer qualquer julgamento, o envolvimento dos jovens com o mundo das drogas", explica o diretor.
Com discurso equilibrado sobre temas polêmicos, Prado não perde de vista seu olhar documental, produzindo um retrato franco e sensível do amadurecimento de uma geração. ‘Paraísos artificiais’ tem a assinatura de José Padilha na produção do projeto, que teve orçamento total de R$ 10,5 milhões.
PARAÍSOS ARTIFICIAIS
Alameda 1: 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30. UCI 5: 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50. Hoje e amanhã, sessão também à meia-noite
Classificação: 16 anos
