Correios adiam greve em Juiz de Fora para avaliar propostas

Movimento estava previsto para começar nesta quinta, mas categoria preferiu analisar propostas


Por Vívia Lima

31/07/2019 às 15h12- Atualizada 31/07/2019 às 20h39

correios by reginaldo de souza freitas
Em assembleia realizada no início da noite, categoria decide manutenção de estado de greve (Foto: Reginaldo de Souza Freitas)

Um dia após deliberarem pela paralisação dos serviços, os trabalhadores dos Correios de Juiz de Fora voltaram atrás e adiaram o movimento, pelo menos até a próxima quarta-feira (7). A informação foi confirmada pelo diretor de formação e relações sindicais dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA), Reginaldo Carteiro de Souza Freitas. Segundo ele, o adiamento se deve em virtude de análises mais profundas sobre as propostas dos Correios.

Na cidade, a paralisação teria início a partir da meia-noite desta quinta-feira (1º de agosto), em concomitância com o movimento nacional. A possibilidade da suspensão é motivada pela retirada de conquistas e direitos e pelo rebaixamento do salário. Ainda conforme o representante sindical, a categoria irá convocar 100% dos profissionais à paralisação, caso não cheguem a um denominador comum, sendo que o plano emergencial será definido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Em nota enviada à Tribuna, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) informou que a categoria está participando de reuniões desde o início de julho, em busca da aprovação do novo acordo coletivo trabalho. Entretanto, a empresa só teria apresentado “proposta de retirada de direitos e reajuste de 0,8%, bem abaixo do índice da inflação”. Desta forma, os trabalhadores reivindicam, além da reposição da inflação do período, “a manutenção dos direitos já conquistados, bem como revisão das mensalidades do plano de saúde e a não privatização dos Correios, por entender que se trata de uma empresa estratégica para o desenvolvimento nacional e patrimônio do povo brasileiro.” Na última terça-feira (30), a Fentect se reuniu com a diretoria da empresa, mas o encontro terminou sem acordos.

Espaço para acordo

Durante a tarde desta quarta, em audiência de mediação entre o Tribunal Superior do Trabalho, os Correios e os funcionários, o ministro Renato de Lacerda Paiva, pediu que a categoria adiasse o estado de paralisação por um mês, devido à “complexidade” das reivindicações. Segundo ele, há espaço para um acordo. No entanto, seria necessário mais tempo. Os Correios aceitaram a proposta e prorrogaram o acordo coletivo de trabalho até 31 de agosto.

Entretanto, as federações representantes dos trabalhadores dos Correios alegaram que só terão uma resposta final quando for discutido o pedido em assembleia, com funcionários de todo o país. Em Juiz de Fora, ficou definido a permanência do estado de greve até a próxima quarta (7), quando os trabalhadores se reúnem numa nova rodada de negociações para decidir sobre a adesão ao movimento. A Tribuna também entrou em contato com os Correios e, até o fechamento desta edição, não havia retornado.

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