Pesquisadoras da UFJF desenvolvem modelo de anel vaginal com tecnologia 3D
Dispositivo intravaginal libera insumos farmacêuticos, químicos ou biológicos e é usado como método contraceptivo

Um novo modelo de anel vaginal foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). O dispositivo intravaginal tem por objetivo a liberação de insumos farmacêuticos, químicos ou biológicos, com características diferenciadas de adaptação ao colo do útero e cúpula vaginal. Geralmente, ele é usado como método contraceptivo.
Conforme uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto, Laura Junqueira, do programa de Pós graduação em Saúde (PPgS), em entrevista à UFJF, a ideia da criação do novo anel vaginal surgiu a partir das limitações identificadas nos equipamentos disponíveis no mercado. Além disso, a pesquisa percebeu que a tecnologia da impressão 3D poderia auxiliar na superação dessas deficiências.
“Já existem alguns anéis vaginais disponíveis comercialmente. Entretanto, o maior problema é a baixa adesão da paciente ao tratamento, devido às características dos dispositivos atuais, como dose fixa, formato que não privilegia o conforto e a anatomia”, explica a doutoranda. O novo dispositivo promete maior conforto ao paciente, com maior facilidade de adaptação na genitália interna, permitindo assim uma liberação mais homogênea de insumos farmacêuticos. A impressão 3D, conforme Laura Junqueira, permite que o anel seja mais personalizado em questão de tamanho e dosagem do dispositivo.
A doutoranda ainda aponta que com o novo dispositivo a frequência de administração dos fármacos seja diminuída. “Diferentes tipos de fármacos podem ser incorporados neste dispositivo, tanto para a obtenção de ação local, como também efeito sistêmico. A tecnologia de impressão 3D, utilizada na produção do dispositivo, possibilita a personalização de doses e tamanhos, o que pode contribuir para a eficácia e segurança da terapêutica.” Apesar de já ter sido desenvolvido, o dispositivo ainda não está disponível comercialmente.
Patente
Conforme a professora da Faculdade de Farmácia, Nádia Raposo, também em entrevista à UFJF, o Critt atuou na área de proteção intelectual da tecnologia. “No setor, foram redigidas as patentes, cujas titularidades pertencem à UFJF. Acreditamos que o Centro ainda será muito importante nas fases de prospecção e de transferência da tecnologia.”
Além de Nádia e Laura, atuaram na pesquisa o professor da Faculdade de Farmácia Marcos Antônio Fernandes Brandão, o professor da Faculdade de Medicina, Geraldo Sérgio Farinazzo Vitral, e o doutorando do (PPgS) Francisco José Raposo.