Unidade de saúde e agência bancária suspendem atendimento após temporal


Por Juliana Netto

28/12/2016 às 11h18- Atualizada 28/12/2016 às 19h10

Atualizada às 19h12

Pelo menos sete unidades de atendimento ao público ficaram fechadas nesta quarta-feira (28) devido ao temporal que atingiu Juiz de Fora na noite de ontem. Na agência do Banco do Brasil localizada na esquina da Rua Sampaio com a Avenida Rio Branco a lama inundou o prédio. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, Watoíra Oliveira, a unidade permaneceu fechada durante toda a quarta-feira. Segundo ele, o universo de clientes que pode ter sido prejudicado chegaria a 50 mil. Watoíra informou que ainda está sendo avaliado o prejuízo em máquinas e instalações elétricas. O problema, diz o sindicalista, é recorrente e já foi comunicado à direção do banco.

Na Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) do Bairro Furtado de Menezes, região Sudeste, outro papel colado na porta informa que os serviços estão interrompidos devido à falta de energia elétrica e a alagamentos nos consultórios. Segundo a Defesa Civil, também há paralisação em Uaps de Benfica, Jardim da Lua, Vila Ideal e Vila Olavo Costa.

O Procon também ficou sem energia elétrica, e os consumidores sem atendimento. A previsão era de que a luz fosse religada até o mei0-dia. O Núcleo Travessia, no Olavo Costa, está sem energia e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do local também está funcionando parcialmente por conta disso.

A equipe da Tribuna deparou-se com várias quedas de árvores em diversos pontos da cidade (confira galeria acima). No Granbery, um trecho da Rua Barão de Santa Helena foi interditada, assim como na Princesa Isabel, onde árvores ficaram atravessadas na rua. Com isso, motoristas estão com dificuldades de acessar a parte alta do bairro.

Na Rua Otília de Souza Leal, no Nova Califórnia, Cidade Alta, galhos de árvores também interrompem o tráfego na via. Segundo um morador, os coletivos das linhas Aeroporto, Nova Califórnia e Jardim da Serra não passaram hoje pelo local. Já no Bairro Poço Rico, a quadra da escola de samba Juventude Imperial teria sido totalmente destelhada. Também há registros de quedas de árvores em bairros como Poço Rico e na Estrada Engenheiro Gentil Forn, local onde há pontos parcialmente interditados na pista de subida.

Até o momento, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Cemig ainda não divulgaram o número total de atendimentos relacionados ao corte de galhos. Ontem, após o temporal, pelo menos 16 chamados desta natureza foram abertos nos bombeiros. Conforme os meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a velocidade dos ventos chegou a 98,6 quilômetros por hora no Campus da UFJF.

Conforme informações de leitores, alguns teriam tido dificuldades em acionar os órgãos competentes logo após a chuva. Conforme a assessoria do Corpo de Bombeiros, o volume de ligações foi muito grande, ocasionando congestionamento nas chamadas. Já a Defesa Civil afirma que, em função da queda de energia, que impossibilitou a abertura dos chamados via sistema, e da alta demanda de atendimentos abertos manualmente, a situação acabou sendo atípica. A pasta reforça, no entanto, que a população insista nas ligações. Ainda conforme a assessoria, por não haver indicação de ocupado nas chamadas, os usuários podem ouvir o sinal de telefone em chamada durante o tempo de espera. A Cemig também alegou congestionamento do 116 e apontou formas alternativas, como o contato via aplicativo Cemig Atende e o envio de SMS para o número 29.810 com a palavra “luz”, acompanhada do número de CPF do usuário.

Confira imagens da destruição provocada pelo temporal

 

34 mil sem energia

Segundo nota enviada pela companhia, cerca de 34 mil clientes ficaram sem luz a partir das 22h17. Até por volta das 11h30 desta quarta, ainda haviam cerca de 12 mil usuários sem energia, distribuídos em 25 bairros da cidade. A previsão é de que a situação só seja normalizada somente no fim da tarde desta quinta-feira (29). Dentre os bairros afetados estão Milho Branco, Fontesville, Pedra Bonita, Jardim de Alá, São Geraldo, Sagrado Coração de Jesus, Previdenciários, Cruzeiro do Sul, Graminha, Santa Luzia, Vitorino Braga, Poço Rico, Três Moinhos, Linhares, Santa Cândida, Olga Burnier, Lourdes, Santo Antônio, Jardim do Sol e parte do Centro.

Além dos ventos, que provocaram a queda de árvores, galhos, projeção de telhas e telhados sobre a rede elétrica, causando quebra de postes e diversos rompimentos de cabos, o grande volume de atendimentos foi devido ao número de raios que caíram na cidade. A Cemig afirma que foram 1.359 em um período de duas horas. Na estação meteorológica utilizada pela concessionária de energia, houve registro de 46,6 milímetros de chuva e ventos de cerca de 70 km/h. No Campus da UFJF, o volume de chuva foi parecido, com 43,6 milímetros. A velocidade dos ventos na universidade, no entanto, atingiu de 98,6 km/h.

Risco de falta d’água

Ainda conforme novo boletim divulgado pela Defesa Civil no final desta manhã, oito elevatórias de água da Cesama estavam com atividades paralisadas em função da falta de energia elétrica até por volta das 11h30. As elevatórias Democrata, Parque Guarani, Caiçaras, Encosta do Sol, Amazonas e Santos Dumont, que abastecem os bairros de respectivos nomes, estão com o fornecimento de água comprometido, assim como a unidade Belmiro Braga, que abastece parte da região sul da cidade, e a elevatória Paracatu, que fornece água para os bairros Bandeirantes, Vivendas da Serra, Marumbi, Bom Clima e Granjas Betânia.

Segundo a Defesa Civil, a Cemig foi acionada, e a Cesama aguarda o restabelecimento da energia, ainda sem previsão, para regularização dos serviços.

 

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