Câmara cobra transparência na divulgação de casos da dengue
Transparência na divulgação dos dados sobre a dengue, melhores condições de trabalho para os agentes de endemia e cumprimento do piso nacional na remuneração da categoria foram os tópicos debatidos, durante audiência pública, na Câmara Municipal, realizada na tarde desta segunda-feira (27). Uma comissão com três vereadores para pleitear junto à Administração Municipal as demandas dos servidores foi formada ao término do debate, que contou com a participação de servidores, sindicalistas e do subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Almeida. A realização da audiência foi solicitada pelo presidente da Casa, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB), que também colocou em pauta os altos índices de infestação da dengue, na cidade. O último Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) apontou 6,8% de infestação, sendo que o Ministério da Saúde preconiza que os percentuais satisfatórios sejam de até 1%. Em algumas regiões, como os bairros Monte Castelo, Santa Catarina e Vale do Ipê, o índice chegou a 14,5%. “São números preocupantes e temos que a chamar a Administração para sua responsabilidade, a fim de saber o motivo de índices tão altos, e cobrar mais transparência nos dados”, afirmou Rodrigo, salientando que, atualmente, os números de notificações de dengue não são divulgados com frequência. O parlamentar também cobrou do Executivo melhores condições de trabalho para os agentes de endemia, já que a Câmara recebeu denúncias a respeito da precariedade estrutural para o trabalho. “Temos relatos da categoria sobre falta de infraestrutura, carência de equipamentos e falta de gasolina para transporte e até para o funcionamento das máquinas de fumacê”. Durante sua fala na tribuna, o agente Felipe Linhares, um dos representantes da categoria, destacou que a principal reivindicação da classe é o cumprimento do piso nacional para a remuneração dos servidores, cujo valor é de R$ 1.014,00. “A Prefeitura paga R$ 840 e queremos o piso, que foi estabelecido em junho do ano passado”, disse o trabalhador, acrescentando que a categoria também cobra uma nova sede de trabalho. “Hoje temos um ponto estratégico muito precário. O sofás que usamos lá foram retirados pelos próprios agentes do lixo. O local também é insalubre”, afirma o servidor, completamento que a categoria aguarda a mudança para as novas intalações no prédio do antigo Pronto-Socorro, na Avenida dos Andradas. Eles ainda cobram o pagamento do vale alimentação e adicional de risco. “Trabalhamos em áreas de grande marginalidade, já houve situações de agentes terem que fugir de bandidos nessas áreas de maior violência.”