Audiência discute situação da Imbel


Por Daniela Arbex

26/08/2016 às 18h47

Um representante da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) compareceu na manhã desta sexta-feira (26) a uma audiência de instrução na Procuradoria do Trabalho de Juiz de Fora, onde tramita um inquérito civil sobre as consequências da explosão ocorrida na noite de 16 de agosto, que afetou a rotina de trabalho dos funcionários da empresa pública. A reunião contou com a participação do procurador do Trabalho, José Reis Santos Carvalho, o procurador da indústria, Vicente Pedro de Nasco Rondon Filho, quatro auditores fiscais do trabalho, além do presidente do Sindicato da categoria, Scipião da Rocha Júnior. O objetivo do Ministério Público do Trabalho é obter informações sobre as condições de funcionamento da fábrica afetada pelo impacto do desastre no paiol de número 1. No local, estavam acondicionadas centenas de granadas em processo de confecção.

O objetivo da audiência foi exatamente buscar, junto à empresa, maiores esclarecimentos a respeito do evento que provocou danos em mais de 260 moradias localizadas no entorno da Imbel. O procurador José Reis quis saber quais as providências adotadas para a apuração das causas da explosão e as medidas programadas para a limpeza e segurança da área atingida, inclusive no que tange ao cumprimento das normas de segurança relativas ao armazenamento dos artefatos explosivos.

Conforme a Tribuna antecipou na edição de ontem, o procurador da empresa informou que os artefatos e munições que não explodiram ainda estão dentro da Imbel e foram transportados pelo Exército para a planta Meissner, considerada um pouco mais distante das instalações administrativas da empresa. Questionado se o local atende aos requisitos do Decreto 3665/2000, que estabelece a necessidade de adequada separação, controle e armazenamento de produtos dessa natureza, o advogado da Imbel disse não ter condições de responder à questão, garantindo, porém, que todo rescaldo da área – que envolve a coleta de material oriundo do paiol 1 -, está sendo feito com o auxílio de pessoal especializado e com o apoio do Exército. O procurador da fábrica também confirmou que o material que está na Imbel poderá ser transportado para o 4º Departamento de Suprimentos do Exército (Dsup), em Barbosa Lage. Em entrevista à Tribuna, o assessor de Comunicação da Imbel, coronel Malbatan Leal, já havia informado que o local provável seria o campo de instrução do 4º Dsup.

Ao final da audiência, ficou definida a realização de uma nova inspeção in loco marcada para a próxima segunda-feira, a partir das 14h. Enquanto isso, a fábrica permanecerá fechada por força da interdição realizada pelo Ministério do Trabalho até que todas as exigências de segurança sejam atendidas.

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