Comunidade reclama de obra parada em posto de saúde

Reforma na Uaps, paralisada em maio para ajuste contratual, pode ser retomada no início de julho, com aditivo de R$ 50 mil; expectativa é que unidade volte a funcionar em quatro meses


Por Juliana Netto

24/06/2017 às 07h00- Atualizada 24/06/2017 às 15h19

uasp felipe
Uaps que está em reforma é referência para cerca de dez mil juiz-foranos, que hoje precisam procurar posto no bairro vizinho (Foto: Felipe Couri)

A reforma da Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) do Bairro Furtado de Menezes, na Zona Sudeste, paralisada há mais de um mês, pode ser retomada em cerca de dez dias. A obra, orçada em R$ 299.829,94, teve início há um ano, mas ficou parada por questões financeiras, já que o contrato com a empresa responsável pela execução terminou, e a terceirizada requereu ajuste financeiro. Com aditivo de R$ 49.619,47, a reforma deve ser finalizada em quatro meses, voltando a atender dez mil juiz-foranos que, atualmente, deslocam-se até a Vila Olavo Costa para obter atendimento. Para os moradores do bairro, a sensação é de abandono.

O terreno onde fica a Uaps, na Rua Jacinto Marcelino, permanece fechado desde a paralisação da obra, segundo os moradores. No local, é possível observar uma caçamba com entulhos e lixo. O maior problema seria a distância até o bairro vizinho. “A obra começou há quase um ano, e essa situação está nos prejudicando porque, quando precisamos ir até o Bairro Olavo Costa de ônibus, temos que reservar, no mínimo, duas horas. Além disso, não sabemos o que aconteceu com a obra”, pontua Maurício Domingos, morador do bairro. Para uma vizinha que não quis se identificar, a insegurança é a principal preocupação. “Temos que passar por áreas de risco para chegar até lá, principalmente porque temos que ir para a fila às 5h. Há muitos idosos que não têm como ir, e os agentes comunitários não conseguem atender todas as demandas. Ficamos sem respaldo nenhum.”

Questionado pela Tribuna sobre os motivos da paralisação, o subsecretário de Atenção Primária à Saúde, Thiago Horta, informou que o problema decorreu da finalização do contrato. “Em maio tivemos que fazer a renovação do contrato, e a empresa terceirizada requereu ajuste financeiro, já que o contrato foi firmado em 2013. Entramos em negociação e chegamos a um entendimento, mas houve um lapso de tempo até que acertássemos o impasse, o que gerou a paralisação da obra.” Ele reconhece que os usuários acabam sofrendo com alguns prejuízos em decorrência da reforma, mas garante que o objetivo é finalizar a intervenção assim que possível.

<strong>Reforma</strong>
O projeto de revitalização da Uaps Furtado de Menezes envolve a reforma e a ampliação da unidade, uma das mais antigas da cidade. Entre as modificações propostas pelo projeto estão o aumento do número de consultórios, a adequação a critérios de acessibilidade e a troca do telhado. “A unidade tinha uma estrutura bastante deteriorada pelo tempo, e a reforma está vindo para adequá-la às normas e aos padrões estruturais exigidos”, explica Thiago Horta. Segundo ele, 60% da obra já foi realizada, e o restante deve ser finalizado nos próximos quatro meses.
Ainda conforme o subsecretário, a Secretaria de Saúde já tem a minuta do novo contrato com a empresa terceirizada, com um aditivo de quase R$ 50 mil referente à inflação. O documento está sendo encaminhado para a Procuradoria Geral do Município e a obra deve ser retomada em até dez dias. A reforma é custeada pelo Ministério da Saúde, por meio do programa “Requalifica SUS”.

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