As bombas dos postos de gasolina podem amanhecer totalmente vazias nesta sexta-feira (25) em Juiz de Fora, e este deve ser o cenário dos próximos dias se a greve dos caminhoneiros permanecer. Depois de muitas filas em todos os postos do município onde ainda havia o produto, quem não conseguiu abastecer os veículos nesta quinta-feira já se preocupa. Em todo o Estado, 60% dos postos estavam sem combustível no quarto dia de movimento. No trajeto percorrido pela reportagem na manhã desta quinta-feira (24), do Bairro Estrela Sul, Zona Sul, até Santa Cruz, na região Norte, 12 estabelecimentos estavam sem funcionar e apenas dois, no Centro e Barbosa Lage, seguiam abertos. À noite, a informação era de que todos os estabelecimentos estariam com falta total de combustível.
Antes das 7h, filas quilométricas se formaram e, algumas pessoas, esperaram por horas para abastecer. Enquanto muitos motoristas encontram dificuldades, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) realizou, nesta quinta-feira, o Dia de Liberdade de Impostos.
Durante a tarde, condutores amargaram mais de três horas de espera para abastecer no Posto Central, na Avenida Francisco Bernardino, um dos poucos que ainda tinham combustível disponível. A fila de carros chegava à Praça da Estação. Já em outro estabelecimento, na Avenida Brasil, a fila para abastecer chegou próximo ao Mergulhão da Avenida Rio Branco.
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Em todo o estado
Levantamento realizado pela Minaspetro, entidade que representa os cerca de quatro mil postos de combustíveis do estado, mostrou que 60% dos postos do estado de Minas Gerais estavam sem combustível. A pesquisa foi realizada na tarde desta quinta, em 96 estabelecimentos durante quatro horas. Na Zona da Mata e Sul de Minas, 30 postos participaram da pesquisa. Do total, 67 deles já estavam com falta total de combustível. “O movimento de greve iniciado pelos caminhoneiros na última segunda-feira e que persiste até esta quinta-feira tem reflexo devastador sobre os postos que operam em Minas Gerais”, diz o documento.
Durante a manhã, a entidade estimou extraoficialmente que entre 30% e 40% dos estabelecimentos apresentavam falta de combustível específico ou mesmo sem nenhum produto para a comercialização aos consumidores. Ainda segundo o documento, em caso de permanência do movimento, há o risco de desabastecimento total dos estoques, situação que é agravada pelos bloqueios nos acessos à Refinaria Gabriel Passos (Regap), que impedem a chegada e saída dos caminhões que abastecem os postos revendedores.
Aeroporto Regional
A assessoria de comunicação do Aeroporto Regional da Zona da Mata informou que a capacidade de abastecimento das aeronaves em voos regulares segue apenas até este sábado (26). Mas devido à situação de outros aeroportos, o quadro pode mudar, já que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, sofre com o desabastecimento. Como as aeronaves da Gol saem de lá, com destino ao Regional, os voos que saem da Zona da Matta podem sofrer alteração. A assessoria alerta aos passageiros para entrarem em contato com as companhias aéreas antes de seguir para o aeroporto, em Goianá.