Gangue faz quebradeira em loja e leva pânico à Getúlio

Invasores danificaram mercadorias e o balcão
Um tumulto provocado por gangues rivais danificou diversos objetos de uma loja de bijuterias e artigos femininos, na Avenida Getúlio Vargas, no Centro, na manhã desta quarta-feira (22). Cinco jovens, entre eles três adolescentes, dois de 17 e um de 13 anos, foram conduzidos para a delegacia de Santa Terezinha. Segundo a Polícia Militar, eles seriam moradores do Grama e Granjas Bethânia, bairros vizinhos na Zona Nordeste. A proprietária do estabelecimento invadido, 32, estava sozinha, quando um grupo de cerca de 15 rapazes entrou no imóvel, perseguindo outro jovem que tentava se esconder no local. Além do susto, ela sofreu diversas escoriações leves pelo corpo, já que os invasores chegaram a danificar o balcão de vidro e expositores no interior da loja.
De acordo com a vítima, por volta das 11h, um rapaz estava no ponto de ônibus da Getúlio Vargas, quando o grupo apareceu e começou uma correria. "Esse moço que esperava o transporte correu para dentro da minha loja, tentando se esconder, mas eles o perseguiram e entraram no estabelecimento a fim de pegá-lo e promoveram uma quebradeira", contou a mulher, acrescentando que todos os artigos de venda foram revirados e jogados no chão. Depois do vandalismo, o bando foi embora, e alguns dos envolvidos teriam usado o transporte público coletivo para fugir.
"A maioria deles parece ser menor de idade e age como se fossem donos do mundo, não respeitando ninguém. Graças a Deus não estavam armados, porque poderia ter sido pior", lamentou a vítima. Vizinhos da loja invadida também ficaram amedrontados. "Quando eles entraram, foi uma confusão horrorosa. Fiquei com muito medo de eles quebrarem o meu ponto também. Esse tipo de situação coloca todos nós muito à mercê da violência, pois não dá para saber quando vai acontecer", disse a comerciante de 29 anos, que está grávida com três meses e meio de gestação. "Foi um susto muito grande. Fiquei com receio de passar mal."
A loja danificada foi imediatamente fechada. Segundo a proprietária, ela não tinha condições para manter o estabelecimento aberto. "Ficou tudo revirado. Não sei nem qual o prejuízo e ainda estou emocionalmente abalada", lamentou a vítima, ressaltando: "Quem trabalha no comércio do Centro fica muito exposto a esse tipo de violência. Precisamos de mais segurança." Um outro homem que presenciou o ocorrido desabafou: "Quando a gente menos espera, isso acontece. Não dá mais para prevenir. Quem estava no ponto de ônibus ficou em pânico sem saber o que estava ocorrendo. As autoridades precisam pensar maneiras de por um freio na audácia desses grupos", afirmou.
De acordo com o comandante da 30ª Companhia da Polícia Militar, capitão Marcelo Monteiro de Castro, a polícia foi acionada tão logo soube do ocorrido. Como ele destacou, havia ainda uma denúncia de que os suspeitos estivessem de posse de uma arma de fogo, mas durante o rastreamento o objeto não foi localizado. "Montamos um cerco e colocamos viaturas em diversos pontos da região central para a abordagem de ônibus do transporte coletivo a fim de encontrar os envolvidos." Os cinco detidos foram ouvidos na delegacia de plantão. Os três adolescentes foram entregues aos responsáveis e os outros dois liberados, e a ocorrência encaminhada para a 7ª Delegacia Distrital.
Processo de tombamento
A loja invadida nesta quarta fica localizada em um imóvel cuja proposta de tombamento foi publicada pelo prefeito Bruno Siqueira, nos Atos do Governo. A proposta, que diz respeito aos números 513, 513A e 515 da Getúlio Vargas, havia sido aprovada no último ano pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac). Proprietários, herdeiros ou quaisquer interessados têm o prazo de 15 dias (contando a partir desta quarta) para impugná-la.