Fórum para retomada do turismo oferece capacitação gratuita em JF
Regionalização e a importância do Plano Municipal de Turismo foram destaques na abertura do Fórum, que busca mitigar os efeitos negativos da pandemia sobre o setor
A programação do Fórum Permanente de Retomada do Turismo na Instância de Governança Regional (IGR) Circuito Turístico Caminho Novo foi lançada em reunião on-line nessa quinta-feira (22). As atividades serão disponibilizadas entre abril e maio, mas devem ter ações estendidas ao longo do ano. Durante a solenidade de abertura, foram anunciados cursos on-line gratuitos, que estão abertos para inscrição do público não só de Juiz de Fora, mas também de cidades da região. As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas por meio dos endereços eletrônicos disponibilizados nas redes sociais da Secretaria de Turismo (Setur JF).
Além de identificar oportunidades e preparar o município para a retomada das ações turísticas, outro objetivo é trabalhar para que a atividade seja reconhecida como segura, por meio da adoção de um protocolo de biossegurança contra a Covid-19. De acordo com o Secretário de Turismo, Marcelo do Carmo, o grupo de trabalho atua com base no protocolo adotado pelo Estado de Minas Gerais, para que se tenha reconhecimento nacional e internacional das práticas.
O eixo central do Fórum se divide em ações em quatro níveis, que são: capacitar; empreender; certificar e roteirizar. O trabalho com o Caminho Novo, segundo Marcelo do Carmo, tem como foco trabalhar em rede, para que se possa adotar uma política de estado para o setor e que o planejamento possa acontecer em curto, médio e longo prazos, alinhado com a diretriz nacional de criação de circuitos de turismo.
A ideia, segundo o secretário, é aproximar vários setores, tendo por desafios buscar a recuperação das dificuldades provocadas pela pandemia e resgatar a autoestima da população local. Para isso, avalia, além de enxergar o momento como desafiador, também é importante identificar oportunidades.
A criação da Secretaria de Turismo de Juiz de Fora foi pontuada como uma sinalização da importância estratégica do setor para o desenvolvimento da cidade. A interlocução com outras pastas, como a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Esporte e Lazer e, ainda, a composição do Plano Municipal de Cultura, como movimentos centrais do debate, também foram pontuadas.
“Está na hora de mandarmos para a Câmara o Plano Municipal de Turismo. Ele foi construído coletivamente e está na hora de encaminharmos à Câmara, para que seja votado e seja um marco na cidade daquilo que pauta as nossas políticas. É necessário ter políticas públicas, independente dos governos que vêm e vão, para que uma área tão importante quanto o Turismo seja prestigiada”, ressaltou a prefeita Margarida Salomão (PT).
Regionalização como estratégia
A subsecretária de Turismo da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), Milena Pedrosa, explicou que é preciso explorar as potencialidades da região na retomada do setor. Na próxima semana, segundo ela, será lançado pelo Governo estadual um pacote voltado para o setor, que ainda sofre após as medidas de restrição adotadas para combater a pandemia de Covid-19.
Ela adiantou que um dos projetos que estão em andamento é de valorização da cozinha mineira, para que ela seja reconhecida como patrimônio, não só no Brasil, mas também internacionalmente. Há também, segundo ela, outras ideias em desenvolvimento, como iniciativas de turismo rural, realizadas em parceria com a Emater, oportunidades em turismo de natureza e no turismo de eventos.
O chefe de cozinha e turismólogo Pablo Oazen, ganhador da segunda temporada do programa Masterchef Profissionais, participou de uma roda de conversa ao final da reunião. Ele falou sobre a necessidade de buscar, catalogar e valorizar os produtos locais, como o arroz agroecológico produzido pelo MST e também o queijo minas artesanal das Serras de Ibitipoca. Iniciativas que combinam essa produção com a gastronomia, segundo ele, ajudam a dar projeção às cidades e ao estado.
“Temos mania de reclamar, mas temos muita coisa em Juiz de Fora. Temos que olhar com mais carinho para a gente. Temos que resgatar o que temos de bom e reconectar.”
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