Um caminho espiritual com propósito acessível
Monge Kelsang Drime estará em Juiz de Fora neste sábado, em evento organizado pelos budistas Kadampas
Expansão do eu, não de uma maneira egoísta que caia em uma ego trip, mas uma sabedoria que permite um autoconhecimento profundo por meio de “inspiração e técnica para se libertar de toda dor e sofrimento”. Essas últimas palavras são do Monge Kelsang Drime, professor no Centro de Meditação Kadampa, no Rio de Janeiro. Ele está em Juiz de Fora preparando-se para um evento de iniciação budista que acontece neste sábado, 23, a partir das 14h no Victory Business Hotel.
Iniciação, neste sentido, tem mais relação com o termo em inglês “empowerment”, é um encontro de empoderamento, que busca inspirar pessoas budistas e não budistas a desenvolver sua própria sabedoria rápida. Isso significa “ter uma mente inspirada e clara para resolver de forma serena e construtiva qualquer desafio da vida”, explica Kelsang Drime.
Independente de seguir uma religião
Caminho espiritual e religião se diferem. O evento é uma cerimônia budista onde todos são bem-vindos. Em tempos de caos, a espiritualidade é um centro de equilíbrio que precisa ter um propósito real na vida das pessoas. Kelsang fala sobre a necessidade de desenvolver a própria mente para viver de forma diferente. “Você vai receber uma inspiração, o que você vai fazer com essa inspiração é de seu total livre-arbítrio, por um motivo muito simples: a gente só faz o que a gente quer”, diz o monge em relação ao evento deste sábado.
Ser construtivo
A busca do Ocidente pelas culturas religiosas orientais começa lá atrás, nos anos 1960, quando a cultura pop começa a espalhar um pouco dessas muitas e milenares filosofias por meio de movimentos sociais e artísticos. O músico e ex-Beatle George Harrison é apenas um desses exemplos. A partir de uma vivência pessoal, trouxe para sua música ensinamentos do que aprendeu na Índia, enquanto aprendia a tocar cítara e praticar yoga. Essa espiritualidade conscientizada chegou ao Ocidente e potencializou movimentos políticos de luta dos jovens da época.
Esse movimento, retomado há alguns anos, reflete uma geração de jovens brasileiros que cresceu em famílias católicas, mas não se sentem abraçados pelas questões religiosas que lhes foram apresentadas. E buscam uma espiritualidade com um propósito mais claro para si, não somente religião pela religião.
Em uma época em que os discursos sobre experiência começam a sobressair-se em relação ao consumo inconsciente, o Budismo está sendo, ao menos, uma curiosidade de jovens em busca de um caminho espiritual pessoal. “Nem todas as tradições budistas têm a mesma abordagem. O que elas têm em comum é que todas recitam mantra, todas meditam e todas seguem o ensinamento de Buda”, ressalta monge Kelsang.
Na tradição Kadampa, por exemplo, a meditação é o cerne. Os aspectos filosóficos estão sempre necessariamente ligados à meditação. “Você não medita para ficar bem, você medita para ficar forte. Você não quer ser feliz só quando medita, você quer ser feliz a todo tempo.” A intenção é manter-se como um ser construtivo, em busca de prazer e menos sofrimento pelas questões desafiadoras da vida.
O evento deste sábado começa com uma preleção de Julia Lira, professora de budismo Kadampa, seguida de uma iniciação de Tantra Ação Para Verde. Kelsang explica que “Tantra” é a transformação de nossa experiência pessoal sobre as coisas externas. E a Tara Verde é vista como uma figura de mãe, que, através da sabedoria rápida, está sempre a postos para ajudar o indivíduo. As inscrições podem ser feitas pelo site meditario.org.br e também direto no local a partir das 13h30.
Inspiração de Buda Tara Verde, Buda da Sabedoria Rápida
com o Monge Gen Kelsang Drime
Victory Business Hotel – sala Aquarius + Sagitarius
Avenida Presidente Itamar Franco 1.850 – São Mateus
Das 13h30 às 18h30
Taxa de inscrição: R$ 60