Comunidade escolar protesta contra fechamento de turmas na Escola Estadual Antônio Carlos

Paralisação contra medidas anunciadas pelo Governo mineiro acontece em quase 30 cidades nesta quarta-feira


Por Bruna Furtado, estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa

20/09/2023 às 19h03

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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Juiz de Fora (Sind-UTE/JF), junto à Escola Estadual Antônio Carlos, aderiu à paralisação estadual contra o fechamento de vagas nas escolas estaduais, previsto pelo Governo mineiro no Plano de Atendimento Escolar (PAE) para 2024. Os atos públicos regionais desta quarta-feira (20) aconteceram em 28 cidades, com o objetivo de discutir os impactos dessas decisões. Além disso, audiências públicas estão sendo convocadas.

Em Juiz de Fora, segundo informações de Yara Aquino, integrante da Diretoria do Sind-UTE/JF, a previsão de fechamento de três turmas do ensino médio regular noturno na Escola Estadual Antônio Carlos é objeto de insatisfação por parte de servidores, professores e estudantes. “Essa medida gera desemprego para o corpo docente, para o pessoal dos serviços gerais e também para secretários”, afirma.

A possibilidade de fechamento das turmas regulares no ano que vem na Escola Estadual Antônio Carlos obrigaria esses alunos a serem transferidos para escolas integrais. No entanto, a preocupação expressa pelo sindicato é de que tal conjuntura represente prejuízo para os estudantes. “Nem todos podem ficar em uma escola de tempo integral. Geralmente, quem estuda à noite precisa trabalhar em outro horário para ajudar a renda da família. Há também casos de alunos que fazem outros cursos de dia. Todos esses fatores podem gerar evasão. Além disso, uma escola em tempo integral precisa ter boa estrutura e estar bem equipada para favorecer o ensino, e essa não é a realidade”, defende Yara Aquino.

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A Tribuna procurou a Secretaria de Estado de Educação. Por meio de nota, a pasta afirmou estar ciente da paralisação realizada nesta quarta-feira e que acompanha a adesão das escolas e dos servidores da rede estadual. “Ressaltamos que as escolas que aderiram à paralisação terão as aulas devidamente repostas.”

Quanto ao Plano de Atendimento das Escolas (PAE), a Secretaria de Educação destacou que o documento é realizado anualmente para organizar a oferta de vagas na rede estadual de ensino. “O plano tem por objetivo assegurar a continuidade de atendimento aos estudantes matriculados na rede e o ingresso daqueles que não tiveram acesso ao ensino na idade própria, ou que abandonaram os estudos e desejam retornar. Desta forma, a SEE/MG garante o atendimento e o direito constitucional à educação, sem prejuízos a estudantes e servidores.”

A pasta também informou que o Governo de Minas reitera que tem mantido “diálogo franco e aberto” com representantes sindicais, e que os canais de comunicação estão sempre disponíveis para que as demandas da categoria possam ser apresentadas e debatidas.

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