Estudo da UFJF visa combater formigas

Professor Fábio Prezoto comanda a pesquisa sobre lava-pés no Departamento de Biologia
Uma pesquisa pioneira desenvolvida na UFJF busca reduzir a incidência das formigas lava-pés, consideradas uma das principais pragas invasoras e de difícil controle no Brasil e no exterior. Liderado pelo professor Fábio Prezoto, do Departamento de Biologia da universidade, o estudo monitora o comportamento desses insetos a fim de determinar uma melhor época para o combate, evitando, assim, acidentes em áreas urbanas e propiciando menor uso de inseticidas.
Iniciado em 2011, o projeto “Como reduzir acidentes com formigas lava-pés (Solenopsis saevissima) no Campus da UFJF” já aponta resultados positivos. Prezoto monitorou durante cerca de um ano colônias encontradas no campus e constatou a influência do clima no surgimento de novos ninhos e no aumentos dos já existentes. “Percebemos que essa espécie se prolifera no período das chuvas. Então, o ideal seria o combate durante a estiagem, entre os meses de abril e setembro, o que seria mais eficaz e gastaria menos pesticidas, reduzindo os custos com os produtos e a contaminação do solo”, avalia.
Atualmente, estão sendo testados mecanismos de combate dentro da universidade. De acordo com o professor, as conclusões serão apresentadas no próximo ano.
Acidentes
Segundo o pesquisador, o nome “lava-pés” se deve à rapidez com que, em grande número, essas formigas se espalham pelo corpo do individuo que se aproxima dos formigueiros. “Do total de acidentes causados por insetos, 35% são referentes à essa espécie. As ferroadas são dolorosas e podem causar alergias e infecções. No caso de pessoas já alérgicas, pode, inclusive, ser fatal.”
O estudo possui, ainda, outras vertentes como o monitoramento das formigas em hospitais. Nesses ambientes, os insetos têm potencial de contaminação, podendo transportar micro-organismos patogênicos, como fungos ou bactérias.
Reconhecimento
Prezoto acredita a pesquisa, por ser inovadora, irá gerar bons reflexos para a sociedade. Os resultados já obtidos foram publicados em junho deste ano pela revista norte-americana “Florida Entomologist”. O grupo de pesquisa também foi aceito para participar do 4° Congresso Colombiano de Zoologia, previsto para dezembro.