Jovem é atacada com óleo quente e tem rosto queimado
Principal suspeito é o ex-namorado da vítima, que não teria aceitado o fim do relacionamento
Uma jovem de 24 anos teve 40% do corpo queimado com óleo quente pelo ex-namorado. A vítima estava dormindo quando foi surpreendida pelo agressor, que jogou uma panela com o produto sobre o rosto dela e demais partes do corpo. O crime de lesão corporal foi registrado no Bairro São Bernardo, em um dos blocos de apartamentos de um condomínio residencial na Rua Professor Ernesto Evangelista, na madrugada deste sábado (20). Segundo informações iniciais da Polícia Militar, o suspeito, também de 24 anos, teria fugido para o Rio de Janeiro depois de cometer a agressão.
A vítima, que trabalha como assistente administrativa, foi socorrida em estado consciente, com queimaduras aparentemente de segundo grau, que atingiram seu rosto, pernas e costas. Ela foi conduzida para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde ficou internada aos cuidados de um especialista em cirurgia geral. Segundo a PM, a jovem não corria perigo de morte.
Quando os policiais militares chegaram ao endereço da ocorrência, a vítima já tinha sido socorrida pelo Samu. O irmão da jovem recebeu os militares e contou que uma vizinha relatou a pedido da irmã que as queimaduras haviam sido provocadas pelo ex-namorado, que atualmente reside no Rio de Janeiro e, provavelmente, teria voltado para sua cidade depois do ataque. Os policiais verificaram as imagens das câmeras do prédio, assim como o perfil do suspeito nas redes sociais, para que ele fosse identificado.
Na gravação, eles constataram que se tratava de um homem forte, que trajava blusa branca com manga comprida, bermudão preto e mochila. Viaturas policiais foram acionadas em direção à rodoviária de Juiz de Fora, na intenção de que o rapaz fosse alcançado. Um ônibus que seguia para o Rio foi interceptado na Avenida Brasil, porém o suspeito não se encontrava. Os policiais ainda fizeram abordagens na Praça da Estação e num ponto do Shopping Independência, que são locais de parada para os ônibus com destino ao Rio de Janeiro, mas não houve êxito.
No hospital, a jovem conversou com os policiais e relatou que estava dormindo quando acordou com algo queimando seu rosto e viu o ex-namorado com a panela nas mãos. Ela gritou por socorro e chamou uma vizinha, solicitando que ligasse para o irmão dela e para a polícia. A própria vítima disse que acreditava que o suspeito teria fugido para o Rio de Janeiro, mas também contou que ele tinha um amigo no Bairro Linhares. Todavia, ela não conhecia esse endereço. Ainda segundo ela, o criminoso tem a prática de utilizar sites de caronas e sempre esperava pelos automóveis em um posto de gasolina na Rua Padre Café, esquina com Avenida Itamar Franco. A Polícia Militar se deslocou para os locais indicados pela moça, mas o homem não foi localizado.
Suspeito queria reatar namoro
Conforme o boletim de polícia, a mãe da vítima relatou que a jovem namorava o suspeito há quase seis anos, mas tinham rompido o relacionamento. Segundo ela, o homem sempre tentava reatar o namoro e, naquele dia, ele havia almoçado com a família. A PM encaminhou o caso para investigação da 6ª Delegacia de Polícia Civil.
A Tribuna conversou com o irmão da vítima. Ele relatou que a jovem está internada e isolada, recebendo uma visita por dia. Conforme ele, o ex-namorado de sua irmã teria se irritado com uma mensagem lida no celular da vítima e, quando ela dormia, aproveitou o momento para queimá-la com o óleo quente.
A jovem morava sozinha no apartamento, e o ex-namorado costumava visitá-la a cada 15 dias, tendo, na sexta-feira, almoçado com a família em uma reunião realizada na casa da avó da jovem. “Estamos todos chocados com o que aconteceu. Não esperávamos isso, pois ele sempre foi alguém amigável. Nossa família também está revoltada, queremos que haja justiça e que ele possa responder pelo que fez”, disse o jovem, acrescentando que a irmã teve as pálpebras grudadas após ter o rosto queimado, assim como boa parte do peito. Ainda segundo o irmão, apesar do bom relacionamento, houve uma vez que, provavelmente por ciúmes, o suspeito quebrou o guarda-roupas da sua irmã.