Professores municipais cruzam os braços nesta terça
Categoria se reúne na quarta assembleia da Campanha Salarial 2023; negociações com a PJF avançam, buscando reajuste de 14,95%
Cerca de 90% dos professores da rede municipal de ensino de Juiz de Fora devem paralisar suas atividades nesta terça-feira (18), em mais uma mobilização do Sindicato dos Professores (Sinpro-JF) durante a Campanha Salarial 2023. As negociações estão avançando e, a partir das 14h, a categoria se reúne pela quarta vez para debater a proposta apresentada pela Administração municipal. A reivindicação é o cumprimento da Lei do Piso Nacional, com aplicação do reajuste de 14,95% definido pelo Ministério da Educação (MEC), com a garantia do pagamento do valor remanescente do retroativo de 2022. A data-base da categoria é 1º janeiro.
Segundo a coordenadora do sindicato, Lúcia Lacerda, desde março as reuniões com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) têm acontecido sistematicamente. “Estamos em tratativas e, na assembleia, vamos levar para a categoria os resultados das últimas discussões. A avaliação é que estamos caminhando muito positivamente.” A ideia é aprimorar a proposta sobre a forma de pagamento das parcelas retroativas, referentes a 2022, contemplando igualmente os educadores ativos e inativos.
O encontro mais recente dos professores aconteceu no último dia 12. “No primeiro ano da atual Administração Municipal, o Governo Bolsonaro deu zero por cento de reajuste no Piso Nacional. Ainda assim, os educadores, junto com os servidores do município, conquistaram o IPCA de 4,95%. Com o reajuste de 33,24% e 14,95%, referentes a 2022 e 2023, vamos acumular o percentual de 61,13%. Diante de uma inflação de 16,43%. O ganho real é vitória incontestável da categoria”, deliberou o magistério municipal naquela oportunidade.
Conforme o Sinpro, a última paralisação chegou a 90,5%, e a expectativa é que a adesão ao movimento voltar a se repetir. A entidade destaca que Juiz de Fora é o único município do país que aplica corretamente a Lei do Piso Nacional, concedendo o reajuste a todos os educadores, em todos os níveis de carreira, e também aos inativos. “Essa iniciativa, possível graças à luta de quase uma década da categoria pela extinção do artigo 9º, revogado pela prefeita Margarida Salomão em 2021, significou o aumento real inédito da massa salarial do magistério.” A norma extinta mencionada, da Lei Municipal nº 13.012/14, autorizava a concessão de reajustes diferenciados aos professores municipais nas situações em que os salários-base da carreira estivessem abaixo do piso nacional da categoria.
Em nota enviada à Tribuna, a PJF informou que segue negociando com o sindicato da categoria e reforça seu compromisso com o piso nacional do Magistério.