Nova novela das seis


Por Márcio Maio/TV Press

17/04/2011 às 07h00

Atriz em cena pela nova novela das seis

Atriz em cena pela nova novela das seis

Papéis humorísticos são muito frequentes na carreira de Debora Bloch. Por isso mesmo a intérprete da ambiciosa Duquesa Úrsula de "Cordel encantado" confessa que há tempos sentia vontade de voltar a encarnar uma vilã na TV. A personagem em questão é cheia de pitadas cômicas, o que diferencia completamente da última aparição da atriz em novelas, na pele da sofrida Sílvia Cadore de "Caminho das Índias", de 2009. "Tenho conseguido diversificar bastante meus papéis. E o mais legal desse trabalho é a liberdade que a gente tem a partir do tom de fábula da história", avalia. Na trama, Úrsula sofre por ter perdido o trono para a plebeia Cristina, de Alinne Moraes, que acabou conquistando o coração do rei Augusto, personagem de Carmo Dalla Vecchia, ex-noivo da personagem. Por isso, a duquesa arma um plano que culmina no sumiço de seu marido Petrus, vivido por Felipe Camargo, que é preso e obrigado a usar uma máscara de ferro, e ainda na morte da rainha Cristina e no desaparecimento da princesa Aurora, de Bianca Bin. Tudo em tom de farsa, com boas doses de humor. "A novela está muito no início e ainda não sei dizer se ela é mais má do que engraçada. Mas posso garantir que estou me divertindo muito nesse papel", atesta.

TV Press – Em "Cordel encantado" você interpreta uma malvada, papel que não desempenha em novelas desde "Salsa e merengue", há 15 anos. Essa possibilidade agradou você?

Débora Bloch – Sim. Puxando pela minha memória, acho que é a primeira vez que faço uma antagonista deste naipe. Digo isso porque a Úrsula é bem a vilã da história mesmo. Na verdade, a novela tem um tom de fábula, então há cenas com uma carga de humor incrível. Ainda mais quando atuo com o Luiz Fernando (Guimarães), que interpreta o meu mordomo, amante e cúmplice. Tudo isso é muito proveitoso.

– Você fez poucos trabalhos de época na TV. Como tem sido lidar com isso?

– O legal é que é a novela se passa numa época indefinida, o que dá mais independência. Tanto que meu figurino tem desenho de época, mas tem coisas que não são de época. Seráfia não é um reino real. Nem Brogodó. Então, sendo uma fábula, há uma liberdade de criação. Não há respeito a detalhes de um período específico. E esse tom de novela das seis ajuda também.

– Você prefere histórias mais leves, típicas das 18h e 19h?

– É inegável que acaba sendo bem mais tranquilo para o ator. E "Cordel encantado" tem muita trama. A Duca Rachid e a Thelma Guedes escrevem bem. Na história delas, está sempre acontecendo alguma coisa. Só o primeiro capítulo já pareceu um longa metragem. E há vários tons ali, dependendo do núcleo que está envolvido. É claro que o elenco, com vários comediantes, ajuda. Mas tem também o outro lado romântico, com mais drama.

– Você chegou a se inspirar em alguém específico para fazer a Úrsula?

– Prefiro sempre me inspirar no texto. Ainda mais nesse caso, sendo a primeira vez que trabalho com essas autoras. Mas a Úrsula lembra um pouco algumas vilãs de histórias infantis, como as madrastas de Branca de Neve e de Cinderela.

– Você acha que esse toque de humor da Úrsula pode fazer com que ela caia nas graças do público?

– A gente nunca pode prever essas coisas. Mas, sinceramente, prefiro que a vejam como uma vilã, independentemente do quão engraçada ela possa ser. O público tem de ficar com um pouco de raiva, não é mesmo? Vai ser divertido ver as sequências dela, mas não dá para não achar suas atitudes erradas.

– Em "Cordel encantado", você volta a trabalhar com o Luiz Fernando Guimarães, com quem teve sucessos na TV e no teatro. Retomar essa parceria foi um fator importante na hora de aceitar o convite para a novela?

– Eu amo trabalhar com o Luiz e queria demais que ele topasse, mas não sabia que seria ele. Quando soube, fiquei animadíssima. Já fizemos muitas coisas juntos. Fizemos "Fica comigo essa noite", uma peça em que éramos só nos dois em cena, durante cinco anos. Somos muito amigos e também vizinhos. Ele é o meu "parceirão". Adoro contracenar com o Luiz, acho que ele me transforma em uma atriz melhor. Pelo que me lembro, a última vez que estivemos juntos foi em uma das minhas várias participações de "Os normais" ou em "Minha nada mole vida". Até fizemos uma novela, "Cambalacho", mas agora é a primeira vez que trabalhamos juntos em cena em um folhetim.

– Você chegou a ajudar a convencê-lo a fazer "Cordel encantado"?

– Como eu disse, sou muito amiga dele e fiz um pouco a ponte, sim. Mas a verdade é que ele ficou com vontade de fazer. Curtiu o personagem e a novela, além da ideia da gente voltar a trabalhar junto. Eu só dei o recado para o Ricardo: "ah, eu acho que ele vai fazer" (risos).

 – Você tem feito muitos trabalhos na tevê ultimamente…

– É que "Separação?!" tomou quase um ano do meu tempo, ficamos até setembro no ar. Por isso mesmo, não achava que eu fosse voltar tão cedo ao ar. Mas achei "Cordel encantado" uma novela boa, bem escrita. Minha personagem é excelente, e os companheiros de trabalho são muito bons também. Amora e Ricardo me chamaram, e eu topei. Já tinha vontade de trabalhar com o Ricardo há tempos e achei que essa seria uma oportunidade interessante. Trabalho é assim: você se sente seduzido e embarca.

 – E o que costuma seduzir você nos trabalhos?

– A receita é bem simples: bom texto e bons companheiros de trabalho. Acho que não peço muito.

 "Cordel Encantado" – de segunda a sábado, às 18h, na Globo.

 

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