Suspeito de esfaquear motorista e sequestrar ônibus está no Ceresp
Uma semana depois de esfaquear um motorista, 42, e sequestrar um ônibus da Viação Santa Luzia, linha 103-Filgueiras, levando pânico a passageiros, o homem de 40 anos suspeito do crime foi encaminhado ao Ceresp de Juiz de Fora. Ele foi localizado por policiais militares na manhã deste domingo (15) em uma igreja evangélica na Rua José Calil Ahouagi, no Centro. Contra ele havia um mandado de prisão expedido pela Justiça, após solicitação da delegada Bianca Mondaini, titular da 4ª Delegacia, que segue com as investigações sobre o caso. Na manhã desta segunda (16), a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmou que o homem deu entrada no Ceresp às 14h45 de domingo.
O comandante da 30ª Companhia da PM, capitão Herivelton Soares, contou que o suspeito já era conhecido por frequentar o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), na Calil Ahouagi. Desde o dia em que foi expedido o mandado, policiais já estavam rondando a região. “No domingo recebemos denúncia anônima pelo 190 de que um homem estaria com arma branca dentro da igreja e que ele parecia ser o suspeito que havia esfaqueado o motorista do ônibus”, disse o comandante. Militares em uma viatura quatro rodas e em duas bicicletas estavam na área e, a partir da informação, seguiram para o endereço. “Eles o avistaram na igreja e pediram que saísse. Estava com uma mochila, mas nenhuma arma branca foi encontrada. Os policiais confirmaram que havia o mandado e o conduziram à delegacia.” Ainda conforme o capitão, no momento da abordagem o suspeito estava lúcido, calmo e não reagiu. “Ele não esboçou nenhuma expressão agressiva e deu a entender que já sabia que iria ser preso.”
O homem havia sido capturado pela PM no dia do crime e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) para avaliação psicológica. No entanto, ele não teve o flagrante confirmado pela Polícia Civil e acabou deixando a unidade na noite do mesmo dia após assinar um termo de que não queria mais permanecer na unidade. A situação revoltou o motorista esfaqueado que, em entrevista à Tribuna na semana passada, desabafou e mostrou a indignação dele e da família com a soltura do homem. O temor era de que o suspeito pudesse praticar outras ações criminosas, tanto contra o condutor e seus familiares, quanto envolvendo outras pessoas.
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O crime
Golpeada cinco vezes no abdômen, braços, ombro e queixo, a vítima contou que trafegava pela Avenida Juiz de Fora, na altura do Bairro Parque Guarani, Zona Nordeste, levando cerca de 20 passageiros, quando o homem fez sinal para o ônibus. O suspeito embarcou na companhia de uma mulher e, alguns metros à frente, perguntou ao motorista se o coletivo ia para Filgueiras. Mesmo com a resposta positiva, ele tornou a fazer o mesmo questionamento outras três vezes e, depois, perguntou ao condutor se ele lembrava dele. Diante da negação, ele sacou uma faca e desferiu o primeiro golpe na barriga da vítima, que ainda teve o estômago perfurado.
Mesmo ferido, o motorista conseguiu imobilizar o agressor e desembarcar do ônibus. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, onde ficou internado por três dias. Alguns passageiros também desceram, mas a maioria ficou refém do criminoso até o veículo ser interceptado pela PM em Grama, na mesma região. Apesar do pânico, nenhum dos ocupantes ficou ferido.