Diogo Vilela volta às novelas em ‘Aquele beijo’

Com quase 40 anos de carreira, Diogo Vilela fala sobre a profissão de ator com o entusiasmo de um novato. "Atuar para mim é um prazer. Estou adorando construir mais um personagem, mas é claro que isso só acontece porque tenho certeza de que estou em um bom projeto", avalia o intérprete de Felizardo, um dos protagonistas de "Aquele beijo", próxima novela das sete, da Globo. Longe dos folhetins desde "As filhas da mãe", de 2001, Diogo já estava acostumado ao ritmo de trabalho dos seriados que intercalou nos últimos anos, como "A grande família", "A diarista", e "Toma lá, dá cá". "Adoro fazer séries. Não sou do tipo que sente saudade de atuar em novelas. E nem acho que seja uma volta a este universo, já que o público não me vê como um ator de folhetins", acredita.
Sem uma ligação forte com produções de longa duração, Diogo confessa que aceitou o novo trabalho por questões afetivas. "Fiz ‘Toma lá, dá cá’ e o musical ‘A gaiola das loucas’ com o Miguel Falabella. Quando os dois acabaram, ele falou que escreveria um papel para mim em sua próxima novela. Quando li a sinopse, gostei do personagem de cara", valoriza. Em "Aquele beijo", folhetim escrito por Miguel e dirigido por Cininha de Paula, Felizardo é um típico picareta, que fugiu do Nordeste para se dar bem no Sudeste. "Ele é machista e um tremendo 171, deixou a família para trás, mas carrega um estranho remorso", define. O personagem é casado com Locanda, de Stella Miranda. Os dois são proprietários da Shunel, fábrica de roupas que copia modelos de grandes estilistas e vende as peças na Comprai, a luxuosa loja onde se passa boa parte da trama. Tendo o consumismo desenfreado como ponto de partida, o folhetim será ambientado entre o estado da Paraíba, de onde Felizardo fugiu, e o Rio de Janeiro.
Com previsão de estreia para outubro, a novela ainda está no estágio de pré-produção. O ator vai gravar suas primeiras cenas nas cidades paraibanas de Cabaceiras e João Pessoa até o final deste mês. No entanto, ele já treina o sotaque e as nuances de Felizardo desde junho. "Estou focado nos exercícios de prosódia e conversando com o Miguel e a Cininha. Está tudo fluindo bem. Personagens nordestinos são comuns na minha carreira." Outra característica que aproxima Diogo do novo personagem é o humor, estilo que pauta boa parte de seus papéis. "Sou fã do humor do Miguel. Pelo que já li, a novela promete muitas risadas", adianta.
Enquanto se prepara para o novo trabalho, Diogo também arquiteta sua volta ao teatro, que mais uma vez, vai ser em forma de musical. Depois de dedicar espetáculos a nomes como Nelson Gonçalves em "Metralha", de 1996, e Cauby Peixoto em "Cauby! Cauby!", de 2006, o homenageado da vez será Ary Barroso. Com texto baseado no livro "Recordações de Ary Barroso – último depoimento", de Mario de Moraes, o ator planeja a estreia da peça "Ary _ do princípio ao fim" para o ano que vem. "Fiquei impressionado com a dramaticidade da vida dele", assume. Ainda na esfera dos musicais, ele estuda a possibilidade de participar da adaptação brasileira do musical da Broadway "A família Addams". "Fui convidado para visitar os bastidores. Conversei com o diretor, mas não sei se terei tempo de conciliar todos os projetos. A novela é minha prioridade no momento", enfatiza.
"Aquele beijo" – estreia prevista para outubro, às 19h, na Globo.