Especialista define Eubiose como ‘ciência do bem-viver’

Luís Augusto Weber Salvi esteve em Juiz de Fora e ministrou palestra sobre o assunto na Câmara


Por Leticya Bernadete

12/08/2018 às 07h00

Weber
“Eubiose é uma doutrina, ciência, filosofia e também uma arte, tanto que os três pilares são o teatro, a ciência e a escola”, afirma Luís Augusto Weber Salvi (Foto: Olavo Prazeres)

Viver em perfeita harmonia com as leis universais. Essa é a definição de Eubiose por sua Sociedade Brasileira. O dia 10 de agosto foi instituído como “Dia Nacional da Eubiose”, pela Lei 6.034/16, e, em Juiz de Fora, a data foi celebrada pela Câmara Municipal com a realização de palestras relacionadas ao tema. Na ocasião, Luís Augusto Weber Salvi (LAWS), especialista em Eubiose e em Sabedoria das Idades, ministrou a palestra “O Itinerário de Io e a Civilização Brasileira”.

Luís Augusto já produziu mais de 120 obras referentes ao tema e a outras questões relacionadas, como Teosofia Científica. As iniciais de seu nome, LAWS, possuem, por coincidência, uma relação com seu trabalho. “Laws”, em inglês, significa “leis”. “Minha mãe achava que eu seria um advogado por causa disso, mas acabei sendo advogado dos cosmos”, brinca. “Na verdade, eu trabalho com conhecimento das leis através da evolução dos ciclos da humanidade.”

A Eubiose busca desenvolvimento espiritual e coletivo. A integridade do ser, de acordo com Luís Augusto, seria o “viver bem” nos dias de hoje. “Procurar esse nosso todo: físico, emocional, mental e espiritual, basicamente. Os recursos para alcançar isso, por exemplo, seriam harmonizar a cidade com o campo, ter essa experiência natural.”

– Tribuna de Minas: A Sociedade Brasileira de Eubiose define Eubiose como “viver em perfeita harmonia com as leis universais”, ou como “ciência da vida”. O que isso significa?
– Luís Augusto Weber Salvi: Basicamente, seria uma ciência do bem-viver também, e a vida é entendida de uma forma bastante ampla e integral. O conceito de vida é uma coisa que, ao longo dos milênios, tem se transformado, é algo de uma dimensão mais profunda. A partir dessa consciência superior, é possível alcançar a vida verdadeira, que é muito mais do que vida biológica que os animais compartilham conosco. Essa vida verdadeira é uma vida permanente, e envolve uma dimensão de consciência desperta para a realidade, transcendentes do universo. Eubiose é uma doutrina, ciência, filosofia e também uma arte, tanto que os três pilares são o teatro, a ciência e a escola.

– E porque esses são considerados os pilares da Eubiose?
– Isso vem da antiguidade, onde toda cultura era unificada. Ciência, filosofia, religião, arte, didática, tudo era uma coisa só, tudo girava na mesma direção. Não haviam essas divergências intelectuais, digamos assim. Antigamente, tudo era uma coisa só porque realmente havia uma concordância, um esclarecimento sobre a realidade da vida como uma coisa única.

– Essa doutrina é brasileira? Como foi o seu surgimento?
– Ela foi naturalizada brasileira. A origem remonta a filósofos esotéricos da Inglaterra e da França que inspiraram, digamos, uma Teosofia. O professor Henrique José de Souza foi um discípulo da madame Blavatsky, e como ele conhecia a missão do Brasil como uma nova civilização – a própria Teosofia original falava que a nova civilização seria realmente sul americana -, então ele pegou esse gancho e naturalizou a Teosofia para o Brasil.

“Existe um trabalho dentro da Eubiose que é muito bonito, que remonta à antiguidade, que é chamado de sistema geográfico de evolução. É a coordenação de alguns núcleos sociais, espécies de laboratórios sociais que a Eubiose trabalha em alguns pontos específicos e estratégicos do país, que são atrelados também aos focos de cidadania”

– O senhor desenvolveu trabalhos no âmbito da Teosofia Científica. O que é e como se relaciona com a Eubiose?
– A regressão da ideia original da Teosofia tinha como propósito unificar ciência, filosofia e religião. Aproximar de uma maneira original, digamos assim, das origens da civilização. Nós temos levado esse esforço bastante adiante. Muitas vezes, as escolas de mistério trabalham com códigos muito abstratos e simbólicos, e isso cria muitas confusões. É preciso usar certas chaves para compreender, e as pessoas, não tendo essas chaves, acabam criando superstições em torno de dados e de conceitos como astrologia, que é realmente algo que tem que ser desvendado. Nós temos tido muito sucesso em aproximar esses conhecimentos tradicionais e antigos, simplesmente vendo que existe uma semelhança, como, por exemplo, nos ciclos Maias e ciclos da Índia. Esse tipo de detalhe não é fácil de discernir, mas com um pouco de pesquisa é possível.

– E como o “O Itinerário de Io e a Civilização Brasileira”, tema da sua palestra na Câmara, se relaciona com a Eubiose?
– Esse itinerário trata da evolução da cultura humana, da energia que desperta a consciência para a evolução da humanidade e a acompanha através do planeta, ao longo das eras. No momento atual, esta energia está sob a América do Sul e, dentro do Brasil, existe uma dinâmica própria. A cada 200 anos, a capital brasileira muda de região, para formar uma base de uma nova estrutura social. Estamos na terceira capital brasileira, vai vir uma quarta e uma quinta, para preencher as cinco capitais e formar uma civilização milenar. Então há essa dinâmica dessa estrela em formação no Brasil.

– O que representaria essa estrela?
– Digamos que a estrela do homem é integral, da quinta essência, que sempre foi o símbolo do homem perfeito. Por exemplo, em outras regiões, outros países, quando existe uma mudança social, se cria uma revolução e se anula o que houve antes. No Brasil, por ser um país em formação e muito grande, em vez de haver uma revolução, a capital muda de região, mantém-se o antigo e se cria um novo foco cultural. Por isso, essencialmente, é uma cultura de paz, porque se pode harmonizar em seu grande território novos focos sociais e culturais sem precisar negar o antigo. Permanece aquilo lá, então vai se criando um todo, digamos um arco-íris de consciência, um pentagrama do homem completo, e isso reflete em várias estruturas culturais e sociais. Vai se formando uma cultura de paz em função dessa grandeza do país e, digamos, a dialética dessa evolução das capitais.

– Existe algum povo que tenha atingido essa cultura de paz?
– Digamos que é uma coisa mais da antiguidade. A gente sabe que na idade de ouro, que é uma coisa que a gente está prevendo acontecer novamente na humanidade, em função dos ciclos que estão se repetindo de cinco em cinco mil anos, houve grandes culturas de paz. Por essência, é uma cultura de paz porque os princípios estão unificados nas origens. A gente fala do Egito Antigo, da Suméria, que foram culturas em que houve grande paz e harmonia. Por muito tempo se achou que os trabalhadores no Egito eram escravos, depois se descobriu que não, que na verdade eram sindicalizados. Os primeiros sindicatos do mundo foram criados no Egito Antigo. Para nós, é meio difícil entender a motivação deles para criar pirâmides, por exemplo, mas eles tinham as próprias motivações.

– De que forma a Eubiose atua para buscar o desenvolvimento espiritual e coletivo?
– A Eubiose possui escolas iniciáticas didaticamente organizadas através de degraus, e também se preocupa muito com o destino do Brasil, como a civilização de futura idade de ouro em formação. Isso tem uma dimensão social muito importante. Existe um trabalho dentro da Eubiose que é muito bonito, que remonta à antiguidade, que é chamado de sistema geográfico de evolução. É a coordenação de alguns núcleos sociais, espécies de laboratórios sociais que a Eubiose trabalha em alguns pontos específicos e estratégicos do país, que são atrelados também aos focos de cidadania. As capitais do Brasil, por exemplo. A Eubiose procura também ficar perto dessas regiões onde está sendo desenvolvida essa nova energia, novo degrau da civilização brasileira, criando sistemas geográficos. Tem o objetivo, digamos, de criar um arco-íris cultural em torno das capitais federais, para alimentar essas capitais com a energia da unidade.

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