Serviços gratuitos de saúde marcam Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita
Calçadão da Rua São João amanheceu com centenas de corações flutuantes. Programação contou com presença de uma cardiologista pediátrica, enfermeiros e acadêmicos de medicina que realizaram exames básicos
Centenas de corações flutuantes foram espalhados pela Rua São João nesta terça-feira (12), mas a decoração não era dedicada à celebração do Dia dos Namorados. A ação marcou o Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita. A data, celebrada nacionalmente, é marcada em Juiz de Fora também por força da Lei 12.120/2010, que destaca a importância da conscientização sobre o tema, considerando-se que a cardiopatia é um dos defeitos congênitos mais comuns e uma das principais causas de óbitos relacionados à má formação do coração.
A mobilização social foi promovida pelo projeto “Bem Comum”, da Prefeitura, em parceria com a Associação de Lojistas Rua São João. Houve atendimentos gratuitos e orientações no local, durante a parte da manhã, além de testes básicos para avaliar a saúde do coração. Uma cardiologista pediátrica, enfermeiros e acadêmicos de medicina aferiram a pressão arterial e realizaram ausculta cardíaca de crianças e adultos. Nos casos em que foram detectadas anormalidades, os pacientes foram encaminhados ao atendimento especializado no Ambulatório de Cardiologia do Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, para completo diagnóstico e tratamento. A animadora Miloca e os Doutores do Amor também participaram da ação.
O objetivo era chamar a atenção para a doença, que é considerada uma das mais comuns entre os brasileiros, atingindo um em cada cem bebês, e mostrar que, quanto mais cedo for diagnosticada, maiores serão as chances de a pessoa receber o tratamento adequado e ter uma vida normal.
A doença
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cardiopatia congênita representa cerca de 8% da mortalidade infantil no Brasil. A doença é caracterizada por qualquer anormalidade apresentada na estrutura ou funcionalidade do coração. Pode ser detectada ainda na gestação ou nas primeiras 24 horas de vida. O problema decorre de alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca e pode levar anos para se manifestar.
Para diagnosticar a doença, é necessário submeter a criança ao exame do oxímetro, ou Teste do Coraçãozinho, logo nas primeiras horas de vida. O aparelho avalia as taxas de pulso, batimentos cardíacos e oxigenação sanguínea. Caso seja detectada alguma alteração, o bebê é encaminhado para o exame de ecocardiograma, que confirmará qual o tipo de problema e o tratamento adequado. Em alguns casos, a criança fica totalmente curada com até dois anos de vida. Em outros, é necessária a realização de cirurgia para corrigir a anomalia.
Caso não tenha sido feito o diagnóstico precoce, a mãe pode ficar atenta a alguns sintomas, como pele arroxeada, cansaço ao mamar, falta de ar e pneumonia de repetição. O Teste do Coraçãozinho é feito em todos os hospitais de Juiz de Fora onde se realizam partos.