Juiz de Fora tem segundo caso suspeito de hepatite infantil

Estado confirma que cidade tem duas das quatro notificações em Minas; pasta nega relação entre enfermidade e a vacina contra a Covid-19


Por Tribuna

12/05/2022 às 09h24- Atualizada 12/05/2022 às 17h04

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou, nesta quarta-feira (11), que Juiz de Fora tem dois casos suspeitos de hepatite infantil. Até então, a Secretaria de Saúde municipal havia informado apenas uma suspeita. Nesta quinta, procurada pela Tribuna, a pasta explicou que foi notificada em 10 de maio sobre o caso de uma criança de oito anos, do sexo masculino, que se enquadrava nos critérios de definição de caso como hepatite aguda grave de etiologia desconhecida. “O caso, assim como o anterior, foi imediatamente notificado às instâncias superiores e segue em investigação.” Além dos casos na cidade, a capital Belo Horizonte tem outras duas notificações registradas, totalizando quatro casos suspeitos em Minas Gerais.

Segundo a SES-MG, os quatro casos foram notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas) e possuem agente etiológico desconhecido. A pasta ainda informou que os casos seguem em investigação e também foram notificados ao Ministério da Saúde. “Os principais sintomas relatados foram dor abdominal e vômitos, acompanhados de alterações de enzimas hepáticas”, diz, em comunicado.

Também na quarta-feira, a Secretaria de Saúde da PJF havia detalhado o caso de um menino de 9 anos. O garoto esteve hospitalizado no município em fevereiro e se enquadrava nos critérios de definição do caso. A suspeita foi notificada à secretaria em 26 de abril, segundo a pasta, após divulgação de comunicação de risco emitida pelo CIEVS – Nacional/MS sobre casos de crianças com hepatite aguda grave de etiologia desconhecida. A secretaria também garante que a Vigilância Epidemiológica continua acompanhando em conjunto com o CIEVS Minas.

Hepatite aguda: maioria das crianças não foi vacinada contra a Covid-19

No comunicado, a secretaria estadual informou que a maior parte das crianças com quadro suspeito de hepatite não recebeu a vacina contra a Covid-19. Portanto, a relação dos casos com a vacinação está descartada pela SES-MG. A pasta afirma que, em alguns pacientes, foi constatada a presença dos vírus Adenovírus, um vírus que pode causar diversas doenças principalmente em crianças, e Sars-Cov-2, causador do coronavírus. “No entanto, ainda não existem dados suficientes para estabelecer uma relação causal entre esses agentes infecciosos e o quadro clínico dos pacientes”, diz.

Segundo o comunicado da secretaria, a hepatite aguda costumeiramente tem como sintomas diarreia, vômito e dor abdominal. Após os sinais iniciais, geralmente surgem a icterícia, caracterizada pela coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas. Esse último sintoma deve ser encarado pelos responsáveis como sinal de alerta para a procura por atendimento.

A pasta orienta medidas gerais de higiene e prevenção contra a hepatite, como higienização adequada e frequente das mãos, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, consumir água potável e alimentos adequadamente higienizados. Entretanto, ainda não se sabe a causa principal dos casos de hepatite. A enfermidade pode ter relação com diversos fatores, dentre eles as infecções virais, de acordo com a SES-MG.

Cobertura vacinal

Em 2021, Minas Gerais teve cobertura de 75,88% na vacinação contra a hepatite B em crianças menores de 1 ano. A taxa de bebês com menos de 30 dias de nascimento vacinados foi de 68,51%; enquanto a vacinação contra a hepatite A alcançou 76,5% do público-alvo. As informações são do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações.

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