Juiz de Fora tem 25 casos prováveis de dengue
Com 582 notificações, Tocantins é o município do interior de Minas Gerais com maior número de casos prováveis da doença
O número de casos prováveis de dengue em Juiz de Fora em 2020 subiu de nove para 25, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta terça-feira (11). A incidência, porém, ainda é considerada baixa. Em contrapartida, outros municípios da Zona da Mata demonstram incidência muito alta para a doença, como Tocantins, São Pedro dos Ferros e Rodeiro. O boletim aponta 582 casos prováveis em Tocantins, cidade do interior de Minas Gerais com o maior número de notificações. Já São Pedro dos Ferros, pertencente à regional de Ponte Nova, está com 204, enquanto Rodeiro, próximo a Ubá, tem 190 casos prováveis este ano.
No boletim epidemiológico da semana passada, publicado em 3 de fevereiro, Tocantins acumulava 434 casos prováveis, ao passo que São Pedro dos Ferros estava com 173 casos e Rodeiro com 106. O aumento no número, entretanto, não significa que foram registrados, necessariamente, novos casos na última semana, já que existe um atraso na notificação reconhecida pelo Estado.
Durante o ano, em Minas Gerais, foram registrados 9.895 casos prováveis de dengue até o momento, 202 de chikungunya e 84 do zika vírus. Seis óbitos no estado estão em investigação, sendo que, até então, nenhum foi confirmado.
Chikungunya
Na Zona da Mata, a cidade de Pirapetinga lidera nos casos prováveis de chikungunya, com 41 notificações em 2020. Tocantins vem logo em seguida, com 16 casos prováveis. Durante o ano, Juiz de Fora registrou dois casos prováveis da doença, conforme o boletim epidemiológico. Na semana passada, não havia notificação de chikungunya na cidade.
Zika
Em todo o estado, 30 cidades registraram casos prováveis do zika vírus durante 2020, sendo cinco da Zona da Mata. O município de Ubá é o segundo de Minas Gerais com maior número de notificações (12), atrás apenas de Jampruca (13), na região de Governador Valadares. Os outros municípios da Zona da Mata que têm casos prováveis de zika são Mutum (4), Visconde do Rio Branco (3), Tocantins (2) e Rio Pomba (1).
Tocantins se mobiliza contra mosquito da dengue

Em Tocantins, o número de notificações para a dengue começou a se tornar considerável em dezembro, de acordo com o prefeito da cidade, Ieder Washington de Oliveira (PTB). “É importante destacar que esses índices aumentaram mesmo após o município ter cumprido todo o protocolo do Ministério da Saúde e da Gerência Regional de Saúde. O Município atendeu os cumprimentos de todos os ciclos preventivos, porém, ainda assim, acreditamos que os casos foram desencadeados pelas fortes chuvas do final de 2019 e do início deste ano.”
Logo que o crescimento nas notificações foi observado, a Prefeitura de Tocantins acionou o Governo do Estado para solicitar o carro fumacê, entretanto, na ocasião, não havia disponibilidade do inseticida utilizado para controle do mosquito da dengue, segundo Oliveira. Com o entrave, o Município entrou com processo emergencial para adquirir, por meio de recurso próprio, o produto necessário, iniciando os trabalhos com o carro fumacê no final de janeiro. Ainda de acordo com o prefeito, posteriormente, o Estado anunciou a aquisição do inseticida, entretanto, ainda está sendo utilizada parte da compra emergencial feita por Tocantins.
Além disso, o Executivo reforçou ações na área da saúde e de eliminação dos focos da dengue. “Nós criamos a nossa retaguarda clínica própria, com plantão médico 24 horas, para poder acolher esses pacientes notificados para dengue. Isso tem sido feito desde dezembro. Também foi criada uma força-tarefa dos servidores próprios do município, das estratégias de saúde da família e das equipes de epidemiologia, do serviço de limpeza urbana, juntamente com os servidores do Estado”, explica Oliveira.
O prefeito ainda destaca o trabalho de voluntários, que criaram mutirões de limpeza, contando com o apoio logístico da administração municipal. Os materiais propícios para proliferação do Aedes aegypti, recolhidos em Tocantins, estão sendo coletados e destinados para aterro sanitário ambientalmente certificado. “Infelizmente, ocorreu essa incidência desproporcional, mas o município tomou de imediato todas as medidas necessárias para que os prejuízos não fossem maiores para a população e para os usuários da saúde pública do município”, diz Oliveira.
JF conta com sala de operações de combate à dengue
Para as ações de combate à dengue, Juiz de Fora conta com uma iniciativa da administração municipal chamada de Sala de Operações, que avalia as denúncias efetuadas no Disque Dengue (199) ou pelo aplicativo Colab. A partir das notificações, o trabalho é distribuído em ação conjunta e integrada entre diferentes secretarias, com o objetivo de “aproveitar as funcionalidades de cada pasta para o controle vetorial”, de acordo com a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). As equipes são encaminhadas aos bairros com maior incidência de casos após mapeamento.
Ainda conforme a pasta, desde o início de fevereiro, os agentes de combate a endemias do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) estão atuando nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para realização da sala de espera, com foco nas informações a respeito da dengue.
A Sala de Operações já realizou Blitz Educativa no Bairro Benfica, na Zona Norte, e aguarda estiagem para realizar o mesmo atendimento em Linhares, Zona Leste, apontados como os locais com maior incidência de focos no último Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (Liraa). “O longo período de chuvas não permite que ações mais longas, como limpezas em bota-fora irregular e casas insalubres, sejam realizadas, entretanto, as atividades já estão no radar da Sala”, afirma a PJF, em nota.
Operação Marquise
No início da semana, equipes das Secretarias de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) e Saúde (SS) estiveram na região central de Juiz de Fora para vistoriar marquises de estabelecimentos comerciais e residenciais. A ação foi concentrada em pontos estratégicos, com objetivo de chamar a atenção dos proprietários para que façam limpeza e reparos necessários, evitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Os agentes de combate a endemias seguem trabalhando de forma ininterrupta na vistoria de casas e comércios”, aponta a pasta.