Balanço de sindicato aponta média de três médicos por Uaps
O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora divulgou balanço sobre o número de médicos em 57 Unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps) do município. De acordo com o levantamento, 161 médicos atuam nas Uaps, estabelecendo uma média atual de cerca de três médicos por unidade, índice considerado baixo pela entidade. A Secretaria de Saúde, no entanto, afirma que o déficit de médicos é de 4%, o que representa um total de sete profissionais.
O levantamento do sindicato foi divulgado dias após uma reportagem da Tribuna revelar denúncias de juiz-foranos que afirmam que estavam enfrentando problemas com a falta de profissionais nos postos de saúde. Na ocasião, a assessoria da Secretaria de Saúde afirmou que não há desassistência no município e que os casos de falta de médicos foram reduzidos de 28 em 2013 para sete atualmente. Procurado pela Tribuna para comentar o balanço, o Subsecretário de Atenção Primária à Saúde, Thiago Horta, reconheceu que os dados são atuais, mas destacou que a pasta tem realizado convocações para suprir a quantidade de profissionais necessários em cada unidade. “Desde o início do ano tivemos oito convocações para médicos de Saúde da Família, cerca de duas por mês. Porém, os profissionais não se apresentam por diversos motivos, como mercado, salário e interesse por outros municípios e outras especialidades. Mas a Prefeitura manifesta um intenso trabalho de realização de recrutamento desses profissionais. Temos o maior número de processos seletivos para médicos em comparação com qualquer outra vaga.” Segundo o subsecretário, o concurso público é a principal estratégia para acabar com o déficit de médicos. A Secretaria de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura informou que aguarda deliberação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o edital 01/2016, que prevê 90 vagas para profissionais de Saúde no município, atualmente suspenso.
Cobertura
Conforme Thiago Horta, apesar do déficit, a cobertura de atendimento à população é 74%, somando as Uaps que têm equipes propostas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). “Somente nas 44 unidades com ESF, temos cobertura para 340 mil juiz-foranos, o que representa 62% da população. Somando às unidades tradicionais, que são 19, calculando com base nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a cobertura aumenta 12%, passando para 74% em todo o município. Levando em consideração as nove cidades com maior população, Juiz de Fora é a terceira com maior cobertura na atenção primária.”
JF segue parâmetro federal
Sobre a diferença no número de médicos em cada unidade, o subsecretário explicou que a Secretaria de Saúde segue a recomendação do ministério, que estabelece a necessidade de uma equipe de Saúde da Família para cada grupo de 2.400 a quatro mil habitantes. De acordo com ele, também é importante observar que nem toda a população é dependente do Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, a secretaria prioriza regiões de maior vulnerabilidade e adensamento demográfico. “Estamos priorizando regiões onde o serviço de atenção primária é mais necessário. Por isso, temos já em construção uma Uaps no Bairro Jóquei Clube I, na Zona Norte, e outra no Bairro São Benedito, na Zona Leste. Além disso, já temos um convênio celebrado com o Governo do estado para implantar uma unidade no Bairro Manoel Honório, na mesma região, e temos em planejamento mais dez reformas e ampliações de unidades até o fim da gestão.”
Segundo Thiago, as Uaps de Igrejinha, Zona Norte, e Nossa Senhora das Graças, Zona Nordeste, devem passar por ampliação e reforma, respectivamente, ainda neste ano. Com a implantação da Uaps no Manoel Honório, a expectativa é que a cobertura da população pela ESF chegue a 70%.