Moradores do São Mateus reclamam de bloco não autorizado


Por Guilherme Arêas

11/02/2017 às 16h07- Atualizada 11/02/2017 às 16h35

Multidão tomou conta da Rua São Mateus (Foto do leitor Rinaldo Pagy)
Multidão tomou conta da Rua São Mateus (Foto do leitor Rinaldo Pagy)

Atualizada às 16h35

A realização de um bloco carnavalesco sem a autorização do Poder Público literalmente tirou o sono de moradores do Bairro São Mateus, Região Sul, entre a noite de sexta-feira (10) e a madrugada deste sábado. Nas redes sociais, vários registros fotográficos e em vídeo apontavam transtornos vivenciados pela população da área por conta da ocupação, que fez com que as ruas do local amanhecessem com lixo espalhado por toda parte. Com concentração agendada para área próxima à esquina da Rua São Mateus com a Rua Carlos Chagas, o evento foi convocado pelo Facebook e reuniu centenas de pessoas, estendendo-se até a esquina da São Mateus com a Rua Doutor Romualdo e áreas adjacentes. A Polícia Militar teria registrado pelo menos duas ocorrências nas imediações, incluindo um assalto a mão armada. Moradores da Rua Barão de São Marcelino também utilizaram a internet para reclamar da movimentação de pessoas em bares próximos à igreja do bairro. A concentração teria ido até por volta das 4h30.

O bloco não autorizado já gerava polêmica antes mesmo de sua realização. Autointitulada “Bloco do São Bartô”, a iniciativa não tinha o apoio do Bar São Bartolomeu, apesar de utilizar a identidade visual do estabelecimento em sua divulgação na internet. A administração do bar, inclusive, optou por fechar as portas da loja já no fim da tarde de sexta-feira, em consideração à preocupação de moradores da região. “A alteração de horário se deve ao evento ‘Bloco do São Bartô’, que não tem qualquer vínculo com o estabelecimento e fez uso indevido e não autorizado da nossa marca. A Equipe São Bartolomeu deixa claro que não apoia este bloco e é solidária à vizinhança do Bairro São Mateus em relação a possíveis transtornos”, dizia nota divulgada pelo São Bartolomeu também pelas redes sociais.

A concentração de um grande número de pessoas na via pública durante a madrugada da região tem sido criticada de forma recorrente por residentes da região. Um morador da Rua Carlos Chagas, que preferiu não se identificar, disse que, nos últimos meses, a situação tem sido costumeira entre as noites de quinta-feira e as madrugadas de domingo. Segundo ele, a sensação é de abandono, insegurança, pânico e impotência. Além disso, de acordo com o morador, há denúncias até de práticas ilícitas como tráfico de drogas e venda de bebidas a menores de 18 anos. “Há também a questão física mesmo. Pagamos um dos maiores ‘IPTUs’ da cidade, mas é impossível dormir por conta do som alto de carros que param no local”, desabafa.

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