Polícia investiga possível homicídio seguido de suicídio

Delegado aguarda laudos para definir ordem das mortes de coronel dos Bombeiros e esposa, ocorridas a tiros em casa


Por Michele Meireles e Sandra Zanella - Repórteres

11/01/2021 às 09h04- Atualizada 11/01/2021 às 16h45

A Delegacia Especializada de Homicídios investiga as mortes do coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, Marcello Tadeu de Souza Brito, 56 anos, e da esposa dele, Margareth Maria de Castro Brito, da mesma idade. Os dois foram encontrados sem vida e com ferimentos causados por disparos de arma de fogo, na tarde de domingo (10), dentro do apartamento onde moravam, na Rua Doutor Edgar Quinet, no Morro da Glória, região central de Juiz de Fora. Segundo a Polícia Militar, um revólver de propriedade do bombeiro estava ao lado dos corpos.

O delegado titular da Especializada, Rodrigo Rolli, informou, nesta segunda-feira (11), que aguarda o laudo do levantamento do local do crime, realizado pela perícia, e também os resultados dos exames de necropsia dos corpos das vítimas, para determinar a ordem das mortes. Com isso, deverá ser definido o possível caso de homicídio seguido de suicídio, podendo se tratar de um feminicídio.

Uma mulher de 43 anos que trabalhava para o casal como doméstica contou à PM que Margareth havia chegado à residência por volta das 16h. Cerca de dez minutos depois, Marcello entrou no imóvel, e os dois teriam começado a discutir na cobertura do apartamento. Pouco tempo depois, a funcionária escutou os disparos e percebeu que havia sangue nas paredes. Ela subiu até o local e encontrou marido e mulher já mortos no chão.

A PM foi acionada para registrar a ocorrência, e o Samu constatou os óbitos. Oficiais do Corpo de Bombeiros e a perícia da Polícia Civil também estiveram presentes. O revólver calibre 38 usado no crime foi recolhido e estava com cinco cartuchos deflagrados. Conforme o registro policial, inicialmente não foi possível definir vítima e autoria dos disparos.

Feminicídio

Se as investigações confirmarem se tratar de feminicídio seguido de suicídio, este será o primeiro caso do tipo registrado neste ano em Juiz de Fora. Já em 2020, ocorreram pelo menos dois feminicídios.

Em 11 de junho, Renata Pinto da Silva Elói, 37 anos, foi assassinada com múltiplas facadas no rosto, peito e braço dentro de sua própria casa, no Bairro Marumbi, Zona Leste. Seis meses depois, o próprio marido dela, um vigilante, 38, foi julgado e condenado a 20 anos de reclusão em regime fechado, acusado de matar a facadas sua esposa, na frente do filho do casal.

Outro caso foi o de Jaqueline Bianca Souza de Paula, 25, assassinada a facadas, no dia 1º de outubro, no Bairro Bonfim, Zona Leste. O namorado dela, 30, foi preso pela Polícia Militar cerca de oito horas após o crime, quando lanchava em um trailer no Centro. A jovem estaria tentando terminar o relacionamento, mas ele não estaria aceitando.

 

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